Na ração tem farelo de soja, farinha de carne e principalmente milho. O cereal representa 70% do alimento dos suínos e com a alta do grão, a criação dos animais ficou bem mais cara.
Na propriedade de Elson Ladea nascem em média, seis suínos por semana. Preocupado com o aumento dos custos de produção, ele fez as contas. Para produzir um quilo de carne, gasta R$ 2,30, há um ano custava R$ 1,60. O problema é o que o preço de venda ao frigorífico não acompanhou o mesmo ritmo, hoje o criador recebe pelo quilo vivo R$ 1,75. As perdas são de R$ 0,55 por quilo vivo.
O município de São Gabriel d’Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande, é o maior produtor de suínos de Mato Grosso do Sul, mas os criadores estão apreensivos com a crise do setor, segundo eles, a pior dos últimos 10 anos.
Uma cooperativa que reúne 58 suinocultores fabrica 300 toneladas de ração por dia, mas para atender todos os associados, precisa comprar outras 200 toneladas dos estoques do governo. Segundo os cooperados, o problema é o preço, a saca de 60 quilos está sendo comprada a R$ 25, mais que o dobro que no mesmo período do ano passado.
A suspensão das exportações de carne suína para Rússia e Ucrânia, principais compradores do Brasil, também contribuiu para desaquecer o setor. O embargo refletiu em maior oferta do produto no mercado interno. “Um fator que pode melhorar o mercado agora é a entrada do frio, onde o consumo cresce um pouco e o preço melhora. A colheita do milho safrinha também deve diminuir o custo de produção”, explica Jair Borba, presidente da cooperativa.
Em São Paulo, o preço do suíno reagiu esta semana. A arroba chegou a ser vendida por R$ 43. No Paraná, em Santa Catarina e em Minas não houve alteração.