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Mercado Interno

Milho influencia suinocultura

Alta do preço do milho eleva em 40% o custo de produção de suínos no Mato Grosso do Sul. Gasto era de R$ 1,60 e hoje o valor não sai por menos de R$ 2,30.

Milho influencia suinocultura

O custo de produção na suinocultura foi majorado em mais de 40% neste ano em relação ao mesmo período do ano passado em Mato Grosso do Sul. Em 2010 para se produzir um quilo de carne, o gasto era de R$ 1,60 e hoje o valor não sai por menos de R$ 2,30. Já os preços pagos ao produtor pelo suíno pronto não acompanharam o mesmo ritmo e hoje o suinocultor recebe pelo quilo vivo no máximo R$ 2,00.

Um dos principais motivos foi o aumento no milho, que responde por 70% da ração dos suínos. A suspensão das exportações de carne suína para Rússia e Ucrânia, principais compradores do Brasil, também contribuiu para desaquecer o setor. Em meados de junho, a Rússia anunciou a suspensão da importação da carne brasileira produzida nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso sob alegação de risco sanitário.

Como a Rússia é a maior compradora de carne suína exportada pelo Brasil, esse setor sentiu fortemente o embargo. Com a suspensão das exportações por esses três estados, houve inchaço de oferta no mercado interno, puxando os preços para baixo. O embargo ainda representou maior oferta do produto.

A situação é preocupante principalmente no município de São Gabriel d’Oeste, a 140 km da Capital, que é o maior produtor de suínos de Mato Grosso do Sul. De acordo com os suinocultores esta é a pior crise dos últimos 10 anos.

Os produtores reclamam do reajuste na ração. A saca de 60 quilos está cotada atualmente a R$ 25 , o dobro do valor praticado no mesmo período do ano passado. Os fabricantes alegam que a majoração foi provocada pela falta de milho. A Cooasgo, por exemplo, que reúne 58 suinocultores e fabrica 300 toneladas de ração por dia, precisa comprar outras 200 toneladas dos estoques do governo para atender a demanda dos produtores.

Varejo – Mas a perspectiva é de melhoria nos preços ao produtor. Após amargar queda de até 15% no varejo nos primeiros seis meses deste ano, o preço da carne suína deve voltar a subir com possíveis mudanças no cenário do mercado internacional. Na próxima semana, os estabelecimentos devem, novamente, alterar os valores dos cortes suínos, mas, dessa vez, para cima.

Há, além do embargo russo, a sazonalidade do setor impactando os preços. O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Arão Antônio Moraes, explica que, de modo geral, os preços caem no início do ano e voltam a se recuperar a março. Neste ano, porém, os valores, no varejo, iniciaram janeiro ainda em alta, recuaram no mês seguinte e, quando começavam a sazonal trajetória de alta, houve o embargo da Rússia.

No entanto, o mercado já reage. Moraes informou que o quilo do suíno em pé do Estado já está sendo vendido por até R$ 2,00 o quilo. Na segunda quinzena de junho, o preço havia recuado de R$ 2,30 para R$ 1,80. A alta deve chegar aos consumidores na próxima semana.