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Combustível

Biodiesel catarinense

Usina de biodiesel começa a ser construída em Santa Catarina. Investimento, estimado em R$ 100 milhões, deve gerar 100 empregos diretos em Joaçaba.

A primeira usina de biodiesel de Santa Catarina começou a ser construída pela ADM, gigante americana do agronegócio, em Joaçaba, no meio-oeste. A unidade, que utilizará a soja como matéria-prima, tem investimento estimado em R$ 100 milhões, e deve entrar em operação no final de 2012.

O projeto permitirá à ADM elevar a sua aposta neste segmento. A empresa poderá produzir até 164 mil toneladas anuais do biocombustível, o que significa uma expansão de quase 50% em relação ao volume atual – ela é dona da maior usina de biodiesel em termos de capacidade diária de produção autorizada pelo governo, em Rondonópolis (MT).

A ADM foi a última das grandes tradings (empresas de comércio exterior) do agronegócio a chegar ao país, depois de Bunge, Cargill e Louis Dreyfus. Entre as unidades compradas em 1997 estava a de Joaçaba, que pode processar até 475 mil toneladas de soja em grão e refinar 73 mil toneladas de óleo de soja por ano.

A nova usina ocupará um espaço de 7 mil metros quadrados anexo a esta unidade. Quando estiver em funcionamento, deve gerar 100 empregos diretos. O biodiesel é um combustível de origem vegetal mais limpo que o diesel comum. No Brasil, 80% do volume produzido vem da soja. Ainda recente, o mercado brasileiro de biodiesel ganhou um novo fôlego no ano passado, quando o governo decidiu elevar o percentual de mistura de biodiesel no diesel de 3% para 5% três anos antes do previsto pelo programa federal para o setor. Existe uma expectativa de que a mistura chegue a 20% até 2020.

Além disso, o Brasil tem um potencial enorme no mercado internacional. Terceiro maior produtor global, atrás de França e Alemanha, utiliza apenas 47% da capacidade industrial instalada para atender a sua demanda interna, o que cria um enorme excedente para exportação.

Impacto econômico – Até o final do ano passado, havia 64 usinas de biodiesel com operação autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) no país, 47 delas com autorização para comercialização do biodiesel fabricado. O mercado funciona por leilões organizados pela ANP, que estabelece um teto máximo para o preço do biocombustível vendido à Petrobras.

A usina de Joaçaba foi anunciada em novembro de 2010. Pesou na escolha da ADM a inclusão do projeto da usina no polêmico Pró-emprego, o programa estadual que oferece descontos no ICMS para atrair e manter investimentos em solo catarinense.

O secretário de Desenvolvimento Sustentável de Joaçaba, Jorge Puhl, afirma que o investimento deve gerar o maior impacto econômico dos últimos 10 anos no município.