O criador Antônio Carlos Leal, que há 20 anos cria porcos na cidade de Feira de Santana, na Bahia, tem comemorado o aumento das vendas da carne. O produtor chega a comercializar 50 animais por semana. Cada porco custa uma média de R$ 350.
Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Bahia concentra o maior rebanho suíno do Nordeste, com cerca de 1,8 milhão de animais. A região de Feira de Santana é o maior polo de produção do estado, com um rebanho de aproximadamente 69 mil porcos.
Em março deste ano, foi lançado na Bahia o Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, que tem o objetivo de capacitar os criadores. “Hoje, há um crescente número de granjas que buscam utilizar genética de ponta e alimentação nutricionalmente balanceada, o que traz grande qualidade à carne produzida”, explica Marcelo Plácido, presidente da Associação Baiana de Suinocultores.
A região Nordeste responde por 14% do plantel de suínos do Brasil. Mas de um ano para cá o número de animais vem caindo. Este é um dos temas de um congresso que está sendo realizado no Ceará. O evento, que está em na 15ª edição, reúne cerca de 600 veterinários de todo o país. O destaque é o uso de tecnologia para aumentar a produtividade do setor.
“O maior plantel brasileiro se encontra na região Sul do país. Santa Catarina é o estado maior produtor. Mas os produtores nordestinos possuem os mesmos índices de produtividade do resto do país. O desaparecimento dos criadores que não adotam e não absorvem tecnologia tem reduzido o nosso plantel. Os pequenos criadores não são capazes de competir com as plantas maiores. Para nós é interessante que esse criador seja reduzido e nós aumentemos nosso plantel de forma a criar tecnicamente e intensivamente como os animais devem ser criados, com genética e nutrição equilibrada”, explica José Nailton Bezerra, presidente da Abraves.
O Brasil exportou 41 mil toneladas de carne de porco em setembro, segundo a associação brasileira da indústria do setor. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o resultado é 19% menor. Em receita, o valor foi de US$ 113 milhões de dólares, com queda de 8%. Com o embargo da Rússia, que era o principal comprador brasileiro, cresceram as vendas para a Ucrânia, Hong Kong e Argentina.