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Saúde Animal

Casos de rotavírus em leitões aumentam no verão

Apatia, falta de apetite, febre são sinais preocupantes na criação de suínos, especialmente se eles vêm acompanhados de diarreias. No verão, uma das causas mais recorrentes à diarreia é a presença de rotavírus.

Apatia, falta de apetite, febre… Não se tratam de sintomas encontrados somente em humanos, mas também sinais preocupantes na criação de suínos, especialmente se eles vêm acompanhados de diarreias. As diarreias, seja qual for a causa, sempre serão sinal de problema numa granja. Daí a necessidade de rápida solução. No verão, uma das causas mais recorrentes à diarreia é a presença de rotavírus, cuja prevenção e tratamento exigem cuidados específicos. O médico veterinário Leonardo Schlittler, gerente de Produtos Suínos do Laboratório Vencofarma, explica que as diarreias podem ocorrer em diversas fases, entretanto as neonatais são as mais críticas devido à fragilidade dos animais nesta fase e à velocidade com que elas podem acometer os suínos, provocando enormes prejuízos.

Ele observa que na fase de maternidade os principais agentes infecciosos são a Escherichia coli, o Clostridium spp, o Isospora suis e o rotavírus. “Há também outros agentes de menor importância ou que acometem os animais em outras fases”, acrescenta.

Rotavírus

Especificamente com relação à diarreia causada pelo rotavírus, Schlittler informa que ocorre entre duas e seis semanas de idade. Os sintomas mais característicos são febre, apatia e perda de apetite, podendo o animal apresentar vômitos. As fezes costumam se apresentar aquosas, podendo chegar a pastosas. “É uma diarreia de pH ácido, o que promove irritação da região perianal. Por ser causada por vírus, logicamente, não responde a tratamento por antibióticos”, detalha o veterinário, lembrando que é importante salientar que, na maioria das vezes, a avaliação clínica não é suficiente para definir o agente etiológico das diarreias em leitões de maternidade. “É de vital importância a realização de exames laboratoriais para um diagnóstico conclusivo”, alerta.

Tratamento

Schlittler expõe que a diarreia causada por rotavírus promove uma desidratação e consequente debilitação dos leitões. A mortalidade dos animais afetados pode chegar a 20% e os demais podem levar até duas semanas para se recuperarem, o que compromete o desenvolvimento destes e ocasiona desuniformidade da leitegada. Ele reforça que é entre duas e seis semanas que os animais ficam mais sensíveis, entretanto há casos onde a rotavirose pode ocorrer até na primeira semana de vida do leitão.

Conforme o veterinário, a via oral é a forma que o leitão se contamina. O vírus é transmitido através de fezes, água, alimentos contaminados e até moscas (vetores). Já o tratamento, menciona, é de suporte e se dá através de reposição hídrica para controlar a desidratação e antibióticos para controlar infecções secundárias. “Entretanto, não há como combater diretamente o vírus”, alerta.

Manejo

Prevenção? “É indispensável”, diz o profissional. Os produtores devem priorizar um bom programa de desinfecção e um programa de vacinação contra diarreias neonatais que inclua rotavírus. Schlittler detalha que a propagação do rotavírus, assim como de tantos outros agentes infecciosos, se dá pela displicência em seguir as normas básicas de manejo de desinfecção e controle sanitário como um todo. “O manejo ‘all in, all out’ (todos dentro, todos fora), uma correta lavação e desinfecção das salas de maternidade, o vazio sanitário, um correto programa vacinal contra diarreia neonatal que inclua proteção contra rotavírus e um perfeito acompanhamento da ingestão de colostro são ações essenciais para prevenir a ação do rotavírus na granja”, orienta.

Schlittler explana, ainda, que sempre é importante lembrar que a vacinação contra diarreia neonatal só se conclui quando o leitão ingere colostro em quantidade suficiente nas primeiras horas de vida.