Rússia, China, mercado interno e custos de produção. Foi variado o cardápio de assuntos da suinocultura brasileira no ano passado. O embargo russo à carne nacional golpeou fortemente a exportação, mas a queda no volume foi aplacada pelo incremento na importação de Hong Kong, Ucrânia, Argentina, Angola, Venezuela e Cingapura.
Além disso, em novembro, chegava à China o primeiro navio transportando produto nacional, conquista bastante comemorada pelos produtores. A nota destoante foi o custo do milho, base da alimentação dos animais, que disparou e afetou o caixa nas granjas.
“Não fosse a Rússia, 2011 seria o melhor ano para o setor”, diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína. Mesmo assim, o Brasil deverá embarcar 520 mil toneladas, pouco abaixo das 540 mil de 2010. Para 2012, com o provável aumento das aquisições chinesas, Camargo diz que é factível atingir 600 mil toneladas, que é um nível histórico.
O destaque em 2011 foi o mercado interno, com o consumo per capita evoluindo de 14,33 quilos, em 2010, para 15,06 quilos. Para se ter idéia, os brasileiros consumiram 84,7% dos 3,50 milhões de toneladas de carne produzidas. Em 2010, foram produzidas 3,24 milhões de toneladas. “Melhora no padrão de vida da população e investimentos na qualidade da carne foram decisivos”, afirma Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos. Ele espera demanda interna aquecida também neste ano e queda no custo do milho.