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Suinocultura

PNDS no PR

Francisco Beltrão, no Paraná, faz protótipo nacional do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura.

PNDS no PR

“O produtor de suínos precisa de uma vez por todas saltar a porteira e entrar no mercado com toda força para defender o seu produto”. A frase é do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Irineu Wessler, dita ao anunciar que está solicitando aos representantes de toda a cadeia produtiva que participem do lançamento do protótipo do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), na cidade de Francisco Beltrão, no Paraná. “É hora de levantar as mangas, de usar o conhecimento que já adquirimos para mudar a realidade de mercado”, conclui o Presidente.

No dia 19 de março, será realizado um encontro reunindo membros do Conselho da ABCS e representantes das estaduais da entidade que participam do PNDS. O presidente Irineu Wessler está convidando também os gestores do SEBRAE que trabalham nos estados onde o PNDS está sendo implantado. A idéia é debater as ações programadas para Beltrão visando extrair, desta discussão, referências para os Planos de Ação do PNDS nos estados abrangidos pelo Projeto. O próprio Gerente Nacional de Agronegócios do SEBRAE, Paulo Alvim, confirmou sua presença no evento, ao lado do gestor direto do projeto, João Fernando Nunes de Almeida.

“Escolhi Beltrão exatamente para assumir pessoalmente a responsabilidade pelo sucesso da mobilização de mercado, que é indispensável se quisermos alcançar a meta prevista de aumento de 2 kg no consumo per capita”, afirma o presidente. Ele se diz satisfeito com os acordos preliminarmente já fechados para o evento de Beltrão:

1) Envolvimento de cinco frigoríficos no processo de oferta de novos cortes para os diversos segmentos e treinamento de seus funcionários.
2) Participação do supermercado Ítalo, o maior da cidade, inclusive com contribuição financeira e compra de equipamentos, incluindo uma máquina especifica para moer carne suína.
3) Engajamento da principal churrascaria da cidade, que já está expondo os cortes para churrasco da campanha em sete outdoors espalhados por Beltrão.
4) Colaboração da Prefeitura, que vai se responsabilizar pela montagem do estande da campanha na Expobel, principal feira do Sudoeste paranaense.
5) Jantar para mil mulheres em torno dos cortes da carne suína para o cotidiano, preparado pelas esposas dos produtores, coordenadas pelo multiplicador gastronômico da campanha da região, o próprio presidente da Associação Regional de Suinocultores do Sudoeste do Paraná, Jacir Dariva.

6) Início da formação de um multiplicador de cortes, treinado pelo Mestre Daniel Furtado, com o apoio do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.
7) Início da formação de multiplicadores gastronômico envolvendo vários nichos do mercado.
8) Jantar de lançamento do Projeto para 300 pessoas, reunindo autoridades e formadores de opinião.
9) Palestra de Professora Nutricionista da UNIFESP (Semiramis Domene) para cerca de cem médicos e nutricionistas de toda a região, seguida de jantar com as receitas da campanha.
10) Realização de um concurso de redação sobre “A Importância da Carne Suína para o Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná”, envolvendo 12 mil crianças da rede de ensino local.

Carlos Geesdorf, Presidente da APS, diz que o PNDS “é um projeto importantíssimo, no qual acredito 100%”. Para ele, o que conta mesmo é “treinar os açougueiros, o pessoal da indústria e garantir que os cortes consigam chegar ao mercado, sendo oferecidos ao consumidor”.

Para a Coordenadora do PNDS, Lívia Machado, a experiência de Beltrão “é importante para avaliarmos as ações mercadológicas, a aceitação do mercado aos novos produtos, a articulação de parcerias, o envolvimento dos diversos segmentos”. Lívia destaca a inclusão da cozinha industrial entre os nichos trabalhados, em função do grande potencial que essa área oferece para o crescimento do consumo da carne suína no país. 

A maior parte dos recursos necessários à realização destes eventos teve como origem parcerias realizadas pelo Núcleo Regional da APS. Para Irineu Wessler, temos que encarar o PNDS “como uma oportunidade, uma base inestimável de trabalho”. Porém, como o projeto não prevê recursos para propaganda, o Presidente lembra que “não vamos alcançar nossos objetivos, não vamos mudar a posição de mercado do nosso produto, sem meter a mão na massa, sem usar o prestígio do suinocultor, sem envolver toda a cadeia no processo de reestruturação da forma de comercialização da carne suína no Brasil”. “Sem mídia, sem visibilidade, sem a promoção de eventos que mostrem para a sociedade a qualidade do nosso produto não vamos conseguir avançar”, diz Irineu.

Por isto ele quer que a implantação do projeto considere mercados definidos, cidades-pólo, nas quais, como em Beltrão, a cadeia produtiva atuaria de forma organizada para incrementar a presença da carne suína naquela região específica. “Temos que aprender com a ‘Campanha Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína’, um belo conceito, provado em campo, mas que poderia ter deixado resultados de mercado muito melhores se essa mobilização tivesse acompanhado o projeto”, diz.

Irineu acredita que a cadeia produtiva tem força o suficiente para promover essas transformações. Ele lembra que somente no âmbito das empresas amigas da ABCS existem cerca de 100 mil funcionários envolvidos com a produção de insumos para o setor, “que poderiam se transformar num exército de defensores da carne suína se conseguirmos operar esta revolução dentro dos restaurantes situados nas próprias indústrias que trabalham para o segmento”. Segundo Wessler, Beltrão é um estudo de caso importante, lá existe uma pequena amostra de todos os segmentos na cidade “e é importante começar a capacitação dos frigoríficos num ambiente menor para que paulatinamente eles consigam trabalhar para mercados de maior dimensão”.

Ganhar visibilidade de mídia e fazer uma mobilização sistêmica em torno de cidades e eventos onde possamos explorar a força integrada da cadeia produtiva são as ações chave, na visão de Wessler. “Boa parte das ações programadas para Beltrão não são financiadas, não cabem nas rubricas do PNDS, ou seja: é fundamental enxergarmos o Programa como uma plataforma, de importância histórica para o setor, é verdade, mas é uma oportunidade, uma janela para a partir dela mobilizarmos o setor para colocar a carne suína no lugar que ela merece no mercado brasileiro”, concluiu o Presidente.