Sojicultores de Mato Grosso querem renegociar dívidas, argumentando que a produtividade das lavouras foi menor nesta safra 2009/2010 e o volume de vendas antecipadas diminuiu, comprometendo a renda. “A safra deste ano teve produtividades muito diferentes, variando de 45 a 50 sacas, porque as lavouras foram afetadas por microclimas diversos”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira.
A associação defende a equalização das dívidas do setor, com mudanças nas taxas de juros e o recálculo dos valores. O estoque total da dívida no Estado está estimado em R$ 11 bilhões – cerca de 70% correspondem a débitos de investimento. “O agravante é que a maior parte desta dívida tem taxas de juros acima de 10%. Mas tem casos de até 15%.” Silveira explica que, “para o produtor que conseguiu vender pelo menos metade da safra, com rendimento médio de 50 sacas/hectare, esta safra não deu prejuízo.”
O cálculo da Aprosoja indica que o agricultor com este perfil teve rentabilidade média de R$ 35/hectare. Segundo ele, esta é a situação de cerca de 50% dos sojicultores do Estado.
“O problema é que o estoque médio da dívida está em R$ 500/hectare no Estado, acima da rentabilidade do produtor, mesmo no melhor cenário”, diz Silveira.
Diferença
Estoque médio da dívida está em R$ 500/hectare no Estado, acima da rentabilidade do produtor, mesmo no melhor cenário
R$ 40
era o preço da saca de soja entre agosto e outubro
R$ 28 a R$ 30
é o valor da saca hoje, após a finalização da colheita