Mesmo com a previsão de redução de área e produção de milho em 2011, por conta da falta de chuvas nas regiões produtoras e o baixo valor de remuneração pela matéria-prima, o setor está otimista em relação à colheita. Motivo: o crescimento contínuo da safrinha nos últimos anos, que já responde por 38% da produção total do cereal é o principal motivo para manter o avanço. A previsão é que em 2011 a cultura represente mais de 40% da colheita.
Nos últimos dez anos a safrinha brasileira saltou de 15,27% de representatividade em relação à safra total de milho, para 38,29% no ano passado. Com isso, derrubou a fatia da safra principal que no ano 2000 era de 84,73%, e passou para 61,71% em 2009.
Segundo José Carlos Cruz, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Milho e Sorgo (Embrapa), esse cenário foi estabelecido em função da valorização de grãos como a soja, que em alguns estados como Goiás, tomou o lugar do milho na safra principal. “O sudoeste goiano que sempre teve uma safrinha forte de sorgo, e apostava no milho na safra principal, planta hoje soja, e na safrinha o milho. Então o agricultor vai nesse balanço do que é mais barato para plantar, e o que dá mais retorno financeiro a colheita”, afirmou Cruz.
Cruz comentou que o Paraná (PR) considerado o maior produtor de milho do País, pode perder a liderança para o estado do Mato Grosso (MT), que já dispõe da maior área e produção na safrinha (2,2 milhões de hectares), ante os 1,3 milhão de hectares do Paraná. A previsão de produção para o estado paranaense em 2011 na safrinha é de 5,8 milhões de toneladas, contra 8,7 milhões do MT. Já em relação à safra principal, o PR deve produzir 7,5 milhões de toneladas, contra apenas 300 mil toneladas do MT. “O Mato Grosso aposta como primeira safra na soja, e somente depois planta o milho. No Paraná a primeira safra de milho a área de cultivo [894 mil hectares] já é menor que a safrinha”, disse ele.
Com a expectativa de se tornar o maior produtor do cereal em quatro anos, Mato Grosso, aposta em auxílios governamentais, e melhoras logísticas para escoar o produto, e baixar os custos de transporte. “O estado pode e será um dos maiores produtores de milho do País. Entretanto o governo precisa nos ajudar a vender o nosso milho. Além disso, se não melhorarmos as condições logísticas, entre o estado e os portos, a situação ficará difícil, pois o Paraná tem um grande porto, e os custos ficam ainda mais baixos para eles”, frisou o diretor da Aprosoja MT, Carlos Favaro.
Contudo Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria, acredita de esse aumento da safrinha é uma tendência, principalmente pela queda no custo. “Existe uma tendência de produtores de milho optarem por plantar outras commodities, deixando o milho para a safrinha, para reduzir os custos da cultura principal. Daqui para frente teremos uma safrinha cada vez maior”, garantiu ele.
Brasil – O Brasil deve entrar em 2011 com uma área de plantio 3% menor, que representa 12,7 milhões de hectares. A produção também sofrerá um revés passando de 56 milhões de toneladas de milho obtidos neste ano, para 52 milhões, segundo José Carlos Cruz da Embrapa. “Em 2011 teremos uma queda na área plantada e na produção, por conta da falta de chuvas. Na safrinha a expectativa é plantar mais de 5 milhões de hectares, e se a demanda for maior, o Mato Grosso ainda pode ampliar a sua produção”.
A safrinha de milho, que é plantada no primeiro semestre, cresce a cada ano e é a esperança dos produtores para a próxima colheita, mesmo com previsão de redução de área e de produção em 2011, por causa da falta de chuvas e dos baixos preços. A previsão é de que em 2011 a safrinha representará mais de 40% da colheita, e será menos afetada por problemas climáticos.
Nos últimos dez anos a safrinha brasileira saltou de 15,27% da safra total de milho para 38,29% no ano passado. Com isso, derrubou a participação da safra principal (a de verão), que no ano de 2000 era de 84,73% e caiu para 61,71% em 2009.
Segundo José Carlos Cruz, pesquisador da Embrapa, esse cenário se fortaleceu com a valorização de grãos como a soja, que em alguns estados, como Goiás, tomou o lugar do milho na safra principal: “O sudoeste goiano, que sempre teve uma safrinha forte de sorgo e apostava no milho na safra principal, planta hoje soja, e na safrinha, milho”.
Cruz comentou que o Paraná, maior produtor de milho do País, pode perder a liderança para o Estado do Mato Grosso, que já dispõe da maior área para produção na safrinha (2,2 milhões de hectares), ante o 1,3 milhão de hectares dos paranaenses.