A alta da carne, que já soma 17% neste ano, não dará fôlego nem no Natal. As aves como peru e chester, tradicionais na ceia natalina, estarão até 9% mais caras. A previsão é do IPS (Índice de Preços dos Supermercados), desenvolvido pela Apas (Associação Paulista dos Supermercados).
A alta nos valores ocorre por conta da ascensão das classes C e D que, com maior renda, não dispensarão o item. Com a carne bovina em escalada de preço, as aves sofreram o impacto do aumento na demanda, segundo o vice-presidente da entidade, Orlando Morando. “Estamos brigando para não permitir que o aumento seja tão alto”, diz.
Para evitar novos reajustes às vésperas das festas, quando a demanda aumenta, a entidade negocia com varejistas e produtores a manutenção dos preços. “O consumidor menos favorecido deixa para comprar a partir de 23 de dezembro e queremos evitar a subida dos valores neste período. Os mercados estão em negociações para garantir que não haja aumento de preço de última hora. Já fizemos encomendas maiores também para evitar a falta dos produtos”, diz Morando.
A Coop afirma que a oscilação nos preços dos produtos é normal e segue apenas a inflação do período. “É um produto mais festivo, sazonal, e como vem praticamente uma vez por ano, tem esse aumento por causa da inflação. Não é. É um aumento dentro da expectativa. Nada exagerado, é uma correção de um ano para outro”, defende o gerente de produtos, Gilberto Donizete da Costa.
As aves, que começaram a chegar na semana passada nos supermercados, custam, em média, R$ 10 o quilo na região. “Peru, de uma das marcas mais tradicionais, balizadoras do produto, sai por R$ 10,99 o quilo. Já o chester sai por R$ 9,79 o quilo”, conta o gerente.
Costa atesta que com o churrasco 17% mais salgado neste ano, as aves seguem como melhor opção, mesmo com a alteração nos valores médios. “Grandes marcas apostam que neste ano teremos venda maior, por causa do aumento da carne, apesar de começar a retrair já. Pode ser que até dezembro a carne já tenha dado retração, mas não é certo que acontecerá”, estima.
O gerente também confirma que o consumidor que deixar para comprar o peru ou chester de última hora não sofrerá com revisão de valores. “O preço atual só mudará quando formos fazer promoção, depois do Natal”, completa.
Pernil e lombo sofrerão aumento de até 12% no Ano Novo
A tradição de comer carne de porco no Réveillon para evitar ‘andar para trás” também sairá mais cara para o consumidor na ceia do Ano-Novo. Lombo e pernil terão alta de até 12% no período, segundo a Apas. O aumento também ocorre por conta dos preços mais caros da carne bovina e do aumento da demanda pelos produtos suínos.
O gerente de produtos, Gilberto Donizete da Costa, diz que os itens recheados e temperados são os que mais sofrerão com o reajuste. “O pernil temperado sai, em média, R$ 9,85 o quilo”, conta o gerente.
Boa notícia – O bacalhau, outro produto presente nas ceias de fim de ano, não deve sofrer alteração, apesar da alta de 5% prevista para a procura.