O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou alta de 1,95% na terceira quadrissemana de junho de 2010. O IqPR-V (produtos de origem vegetal) e o IqPR-A (produtos de origem animal) fecharam com variações positivas de 2,45% e de 0,72%, respectivamente.
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice devido à sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR tem alta de 4,06% e o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais), puxado pelas expressivas altas das laranjas para indústria e para mesa e do tomate para mesa, fecha com ascensão de 7,24%.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: laranja para indústria (21,63%), tomate para mesa (19,86%), laranja para mesa (15,55%), banana nanica (13,04%) e amendoim (5,84%).
Na laranja para indústria, numa conjuntura distinta do ano passado, os preços foram puxados para cima pela demanda internacional; e no mercado interno, os preços da laranja para mesa se elevaram nesta quadrissemana devido à oferta reduzida do produto. Contudo, nas últimas 3 semanas, os preços pesquisados para ambas mostram uma estabilização.
Para o tomate, os preços apresentam-se dentro do padrão normal de comportamento para a época do ano. Em função de preços anteriores muito baixos as variações ocorrem em amplitudes elevadas.
As baixas temperaturas e a redução na umidade do ar retardam o crescimento da fruta, prolongando o tempo necessário á formação dos cachos de banana, reduzindo a oferta e provocando o aumento nos preços.
No caso do amendoim há também evidências de acomodação progressiva do movimento de preços mais altos decorrentes da menor safra, devido principalmente à menor disponibilidade das áreas de renovação de canaviais. Ainda assim, as expectativas são de preços ascendentes.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas na terceira quadrissemana de junho foram: batata (37,28%), carne suína (4,65%) e algodão (3,15%).
Os preços da batata derivam da diferença do alto valor cotado numa entrada de safra (começo de maio) de oferta ainda reduzida, com os valores mais amenos das últimas semanas, fruto de uma maior oferta no mercado desta olerícola.
Na carne suína, o reajuste na demanda esperado com a entrada do inverno não se efetuou, reduzindo os preços dos cortes do produto. Ademais, os baixos preços da carne de frango contribuem para redução dos valores pagos ao produtor de suíno.
A queda de preços do algodão é atribuída à liquidação de estoques retidos por produtores. Ademais, no mercado internacional de fibras têxteis vegetais, as condições de financiamento na realidade cambial atual são favoráveis à importação, na medida em que a expectativa de alta das taxas de juros internos favorece ganhos financeiros nessas operações de importação.
No período analisado, 13 produtos apresentaram alta de preços (9 origem vegetal e 4 de origem animal) e 6 apresentaram queda (4 vegetal e 2 animal).
Chama a atenção o relevante conjunto de produtos cujos preços configuram uma situação de acomodação com variações pouco pronunciadas para cima e para baixo, sendo este os casos do café, cana-de-açúcar, feijão, milho, soja, trigo, as carnes bovina e de frango, o leite (B e C) e os ovos.