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Crise segue retraindo receita dos frigoríficos

O resultado desse cenário pessimista seria falta de liquidez e dificuldade no rolamento de linhas de financiamento de curto prazo, além da inadimplência e renegociações de contratos de venda.

Redação (03/03/2009)- A retração na demanda de grandes importadores e a competição no mercado interno continuam penalizando os frigoríficos brasileiros. "O quadro de volume, que estava ruim, já melhorou e segue em recuperação, mas os preços continuam em queda", afirmou Christian Lohbauer, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef).

O Frigorífico Independência anunciou que recorreu à proteção judicial, respaldada pela Nova Lei de Recuperação Judicial. A medida tem como objetivo preservar o caixa necessário para dar continuidade às suas operações. Em conferência com os investidores, a empresa afirmou que foi impactada negativamente "por uma combinação sem precedentes". Na última sexta-feira, a empresa pediu proteção judicial no Brasil e nos Estados Unidos.

A companhia confirmou que deixou de honrar o pagamento de um empréstimo de aproximadamente US$ 100 milhões ao banco JPMorgan. De acordo com os documentos do pedido de proteção nos EUA, a dívida total da empresa chegaria a US$ 1,2 bilhão.

Entre os problemas enfrentados pela empresa, o departamento de relações com investidores destacou o rompimento no comércio global da carne, queda na demanda dos importadores, redirecionamento do volume exportado para o mercado interno, "levando à competição predatória e à queda nos preços".

O resultado desse cenário pessimista seria falta de liquidez e dificuldade no rolamento de linhas de financiamento de curto prazo, além da inadimplência e renegociações de contratos de venda. "O Independência procurou se resguardar judicialmente, uma vez que seu atual caixa disponível não permitiria o cumprimento de todas as suas obrigações", afirmou a companhia em nota.

O grupo irá apresentar um plano de reorganização para seus credores dentro de um prazo de 60 dias. O plano irá detalhar as providências que serão tomadas para revitalizar sua saúde financeira, de forma a viabilizar a continuidade de seus negócios.

O Independência suspendeu os abates de bovinos em 10 unidades no Brasil, dando férias coletivas para grande parte dos seus mais de dez mil funcionários. A capacidade de abate da empresa é de 10,8 mil cabeças por dia.

No mesmo dia, a Coperfrango, maior cooperativa avícola do Estado de São Paulo, iniciou a rescisão contratual de 1,4 mil funcionários. No último dia 20 de janeiro, a cooperativa encerrou suas atividades por conta da crise.

Chile

Nem só de más notícias vive o segmento de carnes. O governo chileno deve enviar ao Brasil nos próximos 15 dias a lista com os frigoríficos habilitados a exportar carne bovina in natura para o país. Tudo indica que sejam liberadas 18 plantas num primeiro momento, mas a meta é chegar a 36 ainda no primeiro semestre.

O Frigorífico Independência recorreu à proteção judicial no Brasil e nos EUA para preservar o caixa para dar continuidade às suas operações. O grupo deixou de honrar o pagamento de US$ 100 milhões em dívidas.