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Pesquisadores da Embrapa discutem avanços da pesquisa em agroenergia

A pesquisa está avaliando, entre outros aspectos, o teor e qualidade do óleo, viabilidade para produção de biodiesel e resistência a pragas.

Redação (23/03/2009) – A equipe do projeto de pesquisa “Fontes alternativas potenciais de matérias-primas para produção de agroenergia”, estudo conduzido por vinte e uma Unidades da Empresa Brasileira de Agropecuária – Embrapa e parceiros, está reunida nesta semana, na Embrapa Cerrados (Planaltina – DF), para avaliar as pesquisas conduzidas com pequi, macaúba, tucumã, entre outras espécies, e definir ações a serem executadas ao longo do ano.

A pesquisa está avaliando, entre outros aspectos, o teor e qualidade do óleo, viabilidade para produção de biodiesel e resistência a pragas e doenças das espécies. “A pesquisa começou como uma corrida. Largaram várias plantas, hoje algumas lideram”, diz o pesquisador Nilton Vilela Junqueira, da Embrapa Cerrados, líder do projeto.

Junqueira comenta que as pesquisas visam domesticar espécies silvestres de plantas nativas do Brasil para produção de óleo. Para o pesquisador, o estudo, que prossegue até 2011, já evolui e a equipe irá selecionar duas ou três espécies para aprimorar as pesquisas. Ao longo da semana, os pesquisadores farão o relato das atividades desenvolvidas nos planos de ação de pesquisa em pequi, macaúba, tucumã e pinhão-manso.

Outros assuntos abordados no primeiro dia do encontro são proteção intelectual e registro comercial de cultivares. Jose Robson Sereno, chefe geral da Embrapa Cerrados, e Frederico Ozanam Durães, chefe geral da Embrapa Agroenergia, destacaram na abertura do evento a importância do trabalho em parceria em torno de um tema capaz de contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira.

Para Durães, a substituição da matriz fóssil por combustíveis renováveis é possível com competitividade, inovação e cooperação. O pesquisador defende os arranjos produtivos locais e regionais de biocombustíveis para produção e consumo no mesmo local. “É um princípio básico da energia renovável”, diz.

Alexandre Strapasson, diretor do departamento de cana-de-açúcar e agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), destaca que “há grande expectativa em torno das pesquisas da Embrapa”, tanto no âmbito nacional como também em outros países. Strapasson salienta ainda que as novas espécies para produção de biocombustível podem ser uma alternativa de renda para os produtores. “Para não derrubar floresta, é preciso convencer o produtor sobre a viabilidade econômica”.

O diretor do MAPA lembra que o “cenário de muita demanda para a pesquisa e a crise” é um momento propício para reflexões conjuntas sobre políticas públicas para a agroenergia. Em 2008, segundo dados do Ministério das Minas e Energia, o uso do biocombustível evitou a importação de 1,1 bilhão de litros de diesel de petróleo, o que rendeu aproximadamente US$ 976 milhões para o Brasil. O país bateu recorde na exportação de etanol com um total de 5,16 bilhões de litros vendidos no ano passado.

O encontro da equipe do projeto “Fontes alternativas potenciais de matérias-primas para produção de agroenergia” será encerrado na sexta-feira (27) à tarde. Os participantes irão conhecer os experimentos conduzidos com macaúba, pequi, dendê e pinhão-manso na área de campo da Embrapa Cerrados.