A Tortuga, que atua nos mercados de saúde e nutrição animal, adotou uma estratégia para fazer com que a linha de saúde animal volte a responder, em cinco anos, por 30% de seu faturamento, fatia que já foi registrada no passado. Atualmente, o segmento de rações responde por cerca de 90% da receita da companhia, que em 2009 completa 55 anos de vida.
Um dos passos para a guinada foi dado no fim de 2008, quando a Tortuga anunciou a compra da linha de saúde animal da Minerthal, que passou a concentrar sua atuação no ramo de suplementos minerais para rações. A aquisição adicionou 40 novos produtos à linha da Tortuga, que até então tinha cerca de 25 produtos.
As novas linhas incluem produtos para animais de grande porte, mas também para os de estimação, segmento em que a Tortuga ainda não atuava. “Vamos também investir em pesquisa para desenvolver novos produtos”, afirma Max Fabiani, presidente da companhia. Em seu laboratório de saúde animal, localizado no município de São Paulo, a empresa produz mais de 9 milhões de doses por ano.
Embora mantenha para este ano aposta no avanço de seu braço de atuação no segmento de rações, a companhia quer, com o reforço em saúde animal, equilibrar melhor as forças para eventuais momentos de baixa de algum dos dois setores em que atua. No momento, não estão previstas novas aquisições, de acordo com o executivo. A prioridade será dada ao crescimento orgânico, segundo ele.
Além da Minerthal, a Tortuga fechou em 2008 a compra dos ativos da PCS Fosfatos Brasil, que era da canadense Potash. Com o negócio, a Tortuga ampliou em 50% sua capacidade de produção de fosfato bicálcico, suplemento usado na fabricação de rações. A compra, fechada no meio do ano e tornada pública em outubro, foi a primeira realizada pela empresa até então.
Mesmo sob o cenário de crise econômica, a empresa prevê aumento de 10% em seu faturamento, que em 2008 foi de R$ 723,3 milhões. “Percebe-se uma cautela maior do segmento do agronegócio, mas os níveis de consumo não devem cair. Somos parte de um segmento-base, de alimentação. Não é como o de bens de consumo, que recua com a crise”, diz Fabiani.
Parte do avanço deverá ocorrer em virtude da inauguração, no início deste mês, da fábrica localizada em São Gonçalo do Amarante (CE), no complexo portuário de Pecém, a 65 quilômetros de Fortaleza. A planta, que consumiu investimento de R$ 90 milhões, é para a linha de rações.
Em 2009, a empresa pretende investir entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões para ajustes em suas plantas – além da paulistana, nas de São Vicente (SP) e Lavras (MG), compradas da PCS, e na de Mairinque (SP). A construção do centro de distribuição de Cuiabá, que ocorreria em 2008, ficou para este ano e exigirá R$ 5 milhões.