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Mercado Interno

Jeito inteligente de produzir e lucrar

Produtor paranaense expõe receita de sucesso.

Obter bons resultados e agregar valor aos produtos tem sido a receita do produtor Ramiro Dias Branco Alves para manter algumas propriedades na região norte e ter êxito como comerciante em Londrina. O planejamento e a diversificação permitem que Alves produza boa quantidade de carne bovina, suína e ovos que comercializa em sua rede de supermercados. Para começar, todo o plantel é alimentado com a ração feita na propriedade com o milho e soja cultivados no local.

Gado de excelente qualidade resultante de cruzamento industrial fornecem carne macia e palatável. “O cruzamento do nelore com raças europeias como aberdeen, red angus, charolês e marchigiana conferem o marmoreio à carne, que atende o gosto de consumidores mais exigentes”, afirma Alves.

A qualidade do produto é obtida com o manejo correto dos animais, tratados a pasto e depois confinados, quando a oferta de pastagem diminui. Nas suas propriedades, Alves cultiva milho e soja, que são processados na fazenda do município de Cambé para a fabricação de ração.

Num dos galpões, o produtor instalou uma extrusora na qual produz o farelo da soja, que é transportado por um trator até o local onde é feita a mistura da ração. A extrusão gera o óleo, que também enriquece a ração dos animais. Alves afirma que inicialmente pretendia produzir biodiesel com o óleo da soja, mas abandonou a ideia por causa do alto custo da máquina. “Tinha uma expectativa de poder instalar uma máquina dessas aqui, mas ela custa milhares de reais”, diz. Alves afirma que prefere utilizar a matéria-prima de sua propriedade. “Mantenho um padrão de qualidade. Até mesmo o sal para o gado faço aqui”, diz.

A ração bem feita e balanceada permite a produção de suínos com baixo teor de gordura e menos toucinho, ideal para a demanda de consumidores preocupados com a saúde. Os leitões de linhagens especiais, nascidos em outra propriedade, vão para a engorda em baias separadas de acordo com a fase de crescimento. Além do bem estar dos suínos, os espaços foram construídos para facilitar a limpeza e com um caimento que permite a formação de uma lâmina d”água para os dejetos dos animais.

As atividades seguem os conceitos de sustentabilidade e diversificação. A água da chuva é armazenada e utilizada na limpeza da granja. Os dejetos dos suínos são canalizados e levados por gravidade a um biodigestor artesanal e se transforma em adubo. Uma bomba leva o material até a lavoura que favorece a produção de 150 sacas de soja por alqueire. A carne de porco é vendida in natura no supermercado e é matéria-prima para a produção de embutidos. Os retalhos de carne e gordura resultantes do processamento são triturados e usados para enriquecer a ração.

As galinhas poedeiras também são alimentadas com a ração fabricada no local. Alves não informa qual a produção da granja, mas afirma que tudo é vendido no supermercado. Ele não se dedica à produção de aves de corte porque não é possível terceirizar o abate. “As exigências para instalar um frigorífico de aves são muitas e não vale a pena”, diz.