Após quase dois meses de alta, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem um dia de queda engatando uma realização de lucros por parte dos investidores, na esteira do aumento da aversão ao risco no exterior. Lá fora, a queda nas bolsas é generalizada diante do temor dos investidores de que a gripe suína prejudique ainda mais a economia mundial e espalhe-se por vários países.
Por volta das 13h15 (de Brasília), o índice Bovespa caía 0,75%, a 46.418 pontos, após ceder à mínima de 45.966 pontos. Após uma abertura negativa, os índices em Nova York tiveram uma recuperação. No mesmo horário, Nasdaq e do S&P 500 subiam 0,25% e 0,18%. Dow Jones avançava 0,38%.
O medo de que a gripe suína se transforme em uma pandemia está derrubando ações das companhias aéreas e de produtores de carne suína. Na direção oposta, estão as ações das empresas farmacêuticas que possuem medicamento antiviral que pode reduzir a duração da doença.
Com isso, na Bovespa, a expectativa é de queda para as ações da TAM e da Gol, na medida em que o medo de contaminação pela gripe pode afetar o fluxo de passageiros. Já as ações da Sadia e da Perdigão, assim com as dos frigoríficos Friboi e Marfrig tendem a ser beneficiadas, segundo operadores. O frango seria um substituto natural para a carne de porco assim como a carne bovina.
Sadia e Perdigão voltam ao foco também por terem reiniciado as discussões sobre a viabilidade de uma associação, conforme informou a Perdigão na última sexta-feira (dia 24). Ainda no horário citado acima, as ações preferenciais (PN) da TAM caíam 4,42%, enquanto as PN da Sadia subiam 2,91%. Os papéis ordinários (ON) da Perdigão tinham baixa de 1,37% e os ON da Gol recuavam 1,58%. Friboi ON liderava as perdas do Ibovespa e caía 6,41%.
Analistas da Bovespa, no entanto, acham que o medo da gripe suína pode estar sendo exagerado e usado mais como pretexto para uma realização de lucros. De qualquer maneira, ninguém quer pagar para ver e, na dúvida, deve prevalecer a cautela.