O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que “o Brasil está comprometido com a conclusão dos novos acordos para partilha de informações sobre o vírus da gripe e o acesso a vacinas e outros benefícios”, em discurso na 62ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
Temporão também solicitou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) coordene os esforços para a expansão da capacidade de produção de vacinas, medicamentos antivirais e kits de diagnóstico e que isso seja feito a preços acessíveis, a fim de alcançar rapidamente uma cobertura do total da população.
Na sexta-feira, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) fez declaração conjunta sobre o tema. Os países que a integram demonstraram preocupação com o acesso a vacinas e a remédios pelos países em desenvolvimento, pela Espanha, pela China, por Moçambique e pela Tailândia, segundo o Ministério da Saúde.
O discurso da diretora-geral da OMS, Margaret Chan, no início da assembleia, destacou as desigualdades que marcam os serviços de saúde no mundo e propôs aos presentes que “olhem atentamente a tudo que podemos fazer, coletivamente, para proteger os países em desenvolvimento de, mais uma vez, terem o peso de um contágio global”.
De acordo com o Ministério da Saúde, Chan a firmou que está em curso uma negociação com a indústria para garantir a vacina para a gripe comum e para o estudo e a produção de outra contra a gripe suína.
Hoje, cerca de 85% da carga de doenças crônicas é concentrada em países de baixa e média renda e, de acordo com a diretora da OMS, “o mundo em desenvolvimento tem, de longe, o maior agrupamento de pessoas em risco de infecções graves e fatais por causa do vírus”.