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Agroindústrias

Pif Paf Alimentos tem otimismo de sobra

<p>Empresa prepara novos investimentos. A Pif Paf mantém meta de crescimento de 15 a 20% para este ano e ainda não sentiu o efeito de grandes fusões como a da Sadia com a Perdigão.</p>

A empresa, que nunca deixou de crescer nos seus 41 anos de vida, aposta nos investimentos e na capacidade do Brasil para continuar sua trajetória ascendente.

O vice-presidente da Pif Paf Alimentos, Luís Carlos Mendes Costa, hoje à frente dos negócios da empresa fundada por seu pai, Avelino Costa, há 41 anos, é dos mais otimistas quando se trata do futuro do Brasil. Em entrevista ao Portugal Digital, ele se mostra confiante na capacidade de crescimento do país “independentemente de quem o esteja governando”.

Luís Mendes Costa diz que a crise econômica foi mais de desconfiança e que talvez ela tivesse sido menos sentida se os bancos fossem mais cautelosos . “Não foi o povo nem as empresas que deixaram de pagar suas contas”, declarou.

Nascido no Rio de Janeiro e hoje vivendo em Belo Horizonte, onde funciona a sede corporativa da empresa, Luís Carlos Mendes Costa, aos 49 anos, atua desde 1983 na Pif Paf, uma empresa fundada pelo pai, um português radicado no Brasil. Para ele, o povo brasileiro tem uma grande capacidade de superação. “O Brasil passou por ditadura, enfrentou a crise dos anos 80, mas nunca deixou de crescer. Temos que continuar acreditando no país”, declara.

Ainda sobre a crise, ele diz que o mercado de alimentos teve poucas alterações, a não ser no caso das empresas exportadoras, como a Pif Paf, que tiveram seus ganhos reduzidos em decorrência da queda do dólar.

Antes da crise, com a moeda norte-americana cotada a R$ 2,30, as exportações da Pif Paf chegaram a representar 13% do faturamento. Com a queda, essa relação passou a ser de 8 a 10%. A Pif Paf exporta seus produtos principalmente para Hong Kong, Japão, Rússia, Angola e parte do Leste europeu.

Mas de negativo o que ele vê são apenas as perdas nas vendas para o mercado externo. Quanto ao futuro, sobra otimismo nos planos de Luís Carlos, que prevê, em um cenário mais imediato, um Natal melhor em 2009 do que em 2008. “Tem que ser melhor. Há um sentimento de otimismo, as expectativas são mais audaciosas, ao contrário do ano passado, em que o Natal coincidiu com o auge da crise”, diz.

Crescimento, concentração e desafios

A Pif Paf vem registrando ao longo de sua história um crescimento de 15 a 20% todos os anos e deve manter esta meta, mesmo diante dos desafios que se colocam sobre o setor, neste momento em que ocorrem grandes movimentos de fusão e incorporação, avalia Luís Carlos.

Por enquanto, essas mudanças ainda não tiveram efeito na concorrência porque empresas como a Sadia e a Perdigão, que hoje constituem um só grupo, continuam operando separadamente para efeito de mercado. Mas Luís Carlos afirmou ser necessário estar preparado para as alterações que certamente virão no futuro.

A empresa quer crescer ainda mais e está se preparando para isto por meio de novos investimentos. Nos últimos anos, a Pif Paf modernizou seu parque industrial e verticalizou a produção.

A inauguração da unidade de abate e industrialização de suínos em Patrocínio, Minas Gerais, no ano de 1999, foi complementada com a aquisição de duas granjas matrizes e a inauguração de uma fábrica de ração nos anos seguintes. Este investimento resultou no aumento da capacidade da indústria, que passou de 20 toneladas /dia, para 80 toneladas/dia a produção de presunto.

Outro passo dado pela empresa foi a aquisição da Tropical Indústria de Alimentos, dona da marca Tial. A empresa também já concluiu a ampliação da sua planta industrial em Leopoldina, onde são produzidas as massas prontas congeladas.

No momento, a Pif Paf finaliza o maior investimento de sua história: a construção de um complexo agroindustrial no estado de Goiás, composto por granja matriz, fábrica de ração, incubatório e unidade de abate.

Com a conclusão desse projeto, prevista para o primeiro trimestre de 2010, a empresa projeta aumentar consideravelmente a atuação comercial e agregar mais 1.200 funcionários, passando a empregar 6.700 pessoas diretamente (5.500 atuam hoje nas unidades de Minas Gerais).

A Pif Paf tem uma rede de 50 mil clientes no Brasil e exterior e comercializa em torno de 12 mil toneladas, sendo 55% de cortes de frango e 45% de suínos e produtos industrializados.