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Agroindústrias

Tyson reage à venda da Pilgrim's Pride

<p>Para a empresa, ser o maior não significa ser o melhor. A Tyson Foods deve manter suas estratégias de mercado tanto nos EUA como em outros países.</p>

A Tyson Foods reagiu ao anúncio da venda do controle da Pilgrim’s Pride, um dos líderes do setor de aves dos EUA, e da incorporação da Bertin S.A., que deram ao grupo JBS-Friboi a liderança mundial na área de carnes. “[As transações] podem modificar o ranking das companhias, mas não vão determinar qual empresa é a melhor”, disse Gary Mickelson, porta-voz da Tyson.

Em entrevista ao site “Meat&Poultry”, Mickelson afirmou que a companhia permanece com o foco em suas próprias estratégias com o objetivo de oferecer “os melhores produtos e serviços tanto nos EUA como em outros países”.

Analistas norte-americanos avaliam que os órgãos reguladores não devem se opor à venda da Pilgrim’s ao JBS-Friboi, uma vez que os negócios da empresa brasileira no setor de aves nos EUA vão começar agora. Antes suas atividades se restringiam às carnes bovina e suína.

A Pilgrim’s Pride está em recuperação judicial. A negociação do JBS-Friboi envolveu também os credores, o que favorece ainda mais a aprovação do negócio. Com a nova composição anunciada anteontem, o JBS-Friboi figura em primeiro no ranking mundial, com receita líquida anual de US$ 28,7 bilhões, ante US$ 28,1 bilhões da Tyson Foods, agora vice-líder global.

Mais consolidações
A empresa de assessoria PricewaterhouseCoopers, que acompanha o mercado de fusões e aquisições no Brasil, prevê que o movimento de consolidação no agronegócio deva contribuir para que 2009 feche no mesmo patamar do ano passado, que teve 642 transações.

De janeiro a agosto houve 378 desses negócios em todos os setores da economia, 18% menos que o registrado em igual período de 2008. Essa diferença vem caindo mês a mês. No fim do primeiro semestre, eram 26%. No final de julho, 21%. Além da indústria de proteína animal, a Price destaca os negócios na área de açúcar e álcool.

A empresa de assessoria lembra outros negócios recentes no setor de carnes e laticínios. Em 2008, o grupo Bertin ficou com 100% da Vigor. Em maio passado, Perdigão e Sadia se juntaram na Brasil Foods. No começo desta semana, a Marfrig Alimentos S.A. anunciou a compra da Seara, que pertencia à norte-americana Cargill.

O grupo Marfrig figurou em terceiro no mais recente ranking da Fundação Dom Cabral sobre as empresas brasileiras mais transnacionais. Ficou atrás da Gerdau, do setor de siderurgia e metalurgia, e da Sabó, de autopeças. Pelo fato de a participação das operações no Brasil ser muito expressiva em relação às do exterior, o JBS-Friboi não apareceu com o mesmo destaque nessa lista.