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Oferta de milho cai e sustenta cotações

<p>Mas o crescimento dos estoques seguem caminho inverso e podem subir de 122,8 milhões de toneladas para 126,5 milhões.</p>

Redação (17/12/2008)- As estimativas, mesmo as mais pessimistas, em relação a oferta e demanda de milho para 2009, não prevêem o enxugamento dos estoques mundiais, nem tampouco o alívio da pressão sobre os preços. O consumo foi reduzido de 776,8 milhões de toneladas a 774,18 milhões. A demanda também foi revista para baixo, 797,7 milhões de toneladas – 16 milhões a mais que a safra mundial 2008/09 estimada em 781,3 milhões de toneladas. Mas o crescimento dos estoques seguem caminho inverso e podem subir de 122,8 milhões de toneladas para 126,5 milhões.

Contrariando as expectativas de baixa, o mercado sustenta o preço do bushel (25,4 quilos) acima da média histórica – inferior a US$ 3. De acordo com Paulo Molinari, da Safras & Mercado, as variáveis em ação "não são fundamentais. Ainda não há uma redução efetiva da produção e mesmo se houver, o volume estocado está alto suficiente para suportar quebras", calcula.

Os Estados Unidos, maior produtor e consumidor, devem oferecer ao mercado 346,94 milhões de toneladas do grão – considerando uma área plantada de 85,9 milhões de acres estimada pelo Departamento de Agricultura Americano (Usda). O novo volume é inferior às 365,71 milhões de toneladas disponíveis na safra anterior. A produção pode ficar em 305,31 milhões de toneladas, contra as 332,08 milhões produzidas em 2007. O consumo esperado é de 309,50 milhões de toneladas, inferior às 324,46 milhões de toneladas registradas.

Não fosse por alguns hectares em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, o plantio de milho na região Centro-Sul estaria, 98,3%, calcula a Safras. Em todo o Sul as sementes estão germinando. A área total de milho a ser cultivada é de 5,82 milhões de hectares, 8% menor que os 6,33 milhões da safra passada. O consultor da Céleres, Leonardo Sologuren, pondera que ainda existe o fator seca incidindo sobre as lavouras de milho. Mas, segundo ele, "nem se perdêssemos toda a safra gaúcha, que é de quase cinco milhões de toneladas, teríamos estoque suficiente para dar conta do consumo interno". E ainda assim sobraria excedente exportável para retomar o mercado internacional conquistado em 2007.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 775 mil toneladas em novembro, ante as 398,9 mil embarcadas no mês anterior – crescimento de 94,2% que reflete a valorização do dólar sobre o real e a queda nos preços, que tornaram o cereal brasileiro mais competitivo. Apesar da reação das vendas externas, os números de novembro continuam abaixo do registrado em 2007, quando o País exportou 1,274 milhão de toneladas. No acumulado do ano, as vendas externas somam 5,047 milhões de toneladas, volume 49,6% menor que o embarcado nos 11 meses de 2007. Para Sologuren, o cenário que começou a se desenhar em novembro pode se prolongar até 2009. "Em decorrência do mercado cambial poderíamos recuperara posição de exportador, mas vai depender de crédito ao exportador e do potencial do importador".