Redação (22/08/2008)- O grande volume de chuva em pouco tempo e a umidade elevada trouxeram prejuízos para algumas culturas do Estado. Santo Ângelo teve os primeiros registros de manchas foliares e ferrugens na cultura de trigo. As doenças fúngicas também preocupam nas regiões produtoras de arroz e cevada. O assistente técnico regional da Emater de Bagé Erich Oscar Groeger lembra que o solo encharcado, a permanência da umidade e a chuva exigem maior atenção dos agricultores, porque a eficácia dos produtos preventivos fica comprometida. "A chuva tira a substância colocada para proteger a planta e pode reduzir a qualidade", reforça.
Em Rio Grande, o secretário da Agricultura, Alisson Scheer da Silva, acredita que as perdas no município são recuperáveis porque aconteceram em culturas de ciclos mais curtos. Há danos na plantação de couve, beterraba, brócolis, repolho, morango e cebola. A situação mais crítica é na localidade de Ilha do Leonídio. A água da chuva fica concentrada nas lavouras e o escoamento para a Lagoa dos Patos está prejudicado. Ontem, a secretaria enviou retroescavadeira para liberar canais internos para facilitar a saída da água.
O desenvolvimento das pastagens também atrasou em função do tempo úmido, que interrompe o crescimento das plantas. Groeger salienta que o gado danifica as forrageiras porque afunda ao passar pelo solo molhado. Segundo o assistente técnico da Emater Regional de Pelotas, Marco Moro, quem ainda não fez o preparo do solo para o arroz terá de esperar, porque as áreas mais baixas precisam de tempo maior para deixar o terreno em condições de manejo. O coordenador técnico da Cooperativa Tritícola Santo Ângelo (Cotrisa), Zecarlos Libardoni, ressalta a importância do acompanhamento técnico das lavouras para determinar o dano econômico e as medidas necessárias para evitar prejuízos com as doenças. Na região de Porto Alegre e do Litoral, a chuva provocou alagamentos, mas não trouxe reflexos significativos na agricultura.