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Bahia e Mato Grosso terão novas esmagadoras de soja

<p>A Bioclean Energy prepara-se para reforçar o parque de produção de óleo e farelo de soja do país.</p>

Redação (12/08/2008)- A empresa, braço do Endurance Capital Partners (ECP), vai investir quase R$ 500 milhões em duas unidades de beneficiamento de soja e caroço de algodão em Mato Grosso e na Bahia. A planta mato-grossense também será dedicada à produção de biodiesel.

A primeira das unidades a entrar em operação será a baiana, em Luís Eduardo Magalhães, cidade localizada no pólo de produção de grãos do oeste do Estado. A planta está em fase final de obtenção de licenciamento das obras, programadas para começar em novembro, segundo Sérgio Iunis, presidente da empresa. O prazo previsto para o término da construção é 16 meses, o que fará com que a unidade entre em operação durante a colheita da safra 2009/10. 

A área para a instalação da planta, de 100 hectares, já foi comprada. A empresa, que não terá plantio próprio de soja e algodão, abastecerá a unidade com a produção de terceiros, segundo o executivo. "A região tem um potencial ainda grande a ser explorado", afirma Iunis. "Estamos confiantes com Luís Eduardo Magalhães. A região aumentou em 500 mil toneladas a produção de soja em apenas uma safra". 

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as quase 500 mil toneladas de aumento da produção de soja na safra 2007/08 na Bahia, concentrada no oeste do Estado, representaram um avanço de 19,2%, para 2,74 milhões de toneladas. Em todo o país, o crescimento foi de 2,9%, para 60 milhões de toneladas. O aumento foi de 1,7 milhão de toneladas. 

A capacidade da planta será para o processamento de duas mil toneladas diárias de soja e outras duas mil de caroço de algodão. O óleo e o farelo obtidos com o beneficiamento terão o mercado interno como destino principal, diz o presidente. "Devemos também exportar alguma quantidade de farelo. É questão de mercado. Vai depender do preço", disse. 

O cronograma inicial de investimentos da Bioclean na Bahia era superior aos R$ 200 milhões, já que incluiria também uma unidade de fabricação de biodiesel. Empresa e governo baiano acabaram não chegando a um consenso sobre a concessão de incentivos para essa linha, segundo o executivo, o que acabou excluindo o braço de biodiesel do projeto final. 

No Mato Grosso, o investimento será de pouco menos que R$ 300 milhões. Nessa unidade, que deverá entrar em obras apenas em 2009, o projeto da linha de produção de biodiesel foi mantido. O governo do Estado, sem informar o nome da empresa, afirma que uma nova esmagadora será construída em Rondonópolis e que essa mesma empresa terá uma unidade na Bahia. Iunis não revela o município mato-grossense que receberá a unidade. 

A Bioclean Energy é um braço do Endurance Capital Partners (ECP), fundo ligado à gestora Capitânia, criada em 2003 pelas equipes de trading, estruturação e vendas de produtos da área de tesouraria do Bank of America no Brasil. A ECP é uma das parceiras, no país, do banco de investimentos americano Kennedy Partners. Entre os executivos da ECP está Richard Lark, oriundo da Gol Linhas Aéreas, e Fernando Kalleder, com passagens por J. Macêdo e Heringer Fertilizantes.