Redação (14/03/07) – A Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) vai participar do 12º Seminário do Desenvolvimento da Suinocultura Nacional “com pelo menos um ônibus”, afirmou ontem, em Belo Horizonte, o presidente em Exercício da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), José Arnaldo Cardoso Penna. Ele reservou inicialmente 30 inscrições para os produtores mineiros, mas acredita que esse número deverá ser superado, já que “o nível dos palestrantes e dos debatedores do Seminário deve atrair a atenção de muita gente”.
Para José Arnaldo, o 12º Seminário terá características realmente inovadoras. “O encontro vai nos permitir compreender em profundidade os problemas que cercam a comercialização da carne suína no Brasil”, comentou o Presidente, argumentando que os debates são extremamente oportunos face as dificuldades que se anunciam para este ano de 2007.
A profundidade com que as questões mercadológicas serão debatidas em Cuiabá, vai fazer com que os suinocultores se mobilizem, na opinião de José Arnaldo. “É por isso que já estamos garantindo pelo menos um ônibus para vencer os 1.594 km que separam Belo Horizonte da capital do Mato Grosso, mas acho que poderemos ter mais”, afirmou o Presidente da ASEMG.
REUNIÃO COM ABIPECS
O especialista em mercado da Associação Brasileira das Empresas Produtoras e Exportadoras de Suínos(ABIPECS), Jurandi Machado, esteve ontem em Belo Horizonte para divulgar os resultados do trabalho de levantamento sistemático do plantel brasileiro de matrizes suínas, que vem fazendo desde 2000. O trabalho reúne o esforça da indústria, de frigoríficos, de empresas fornecedoras de insumos e serviços e das representações dos produtores. Em Minas Gerais, a pesquisa passou a contar com a colaboração do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), cuja apuração indicou a existência de 200 mil matrizes no estado em 2006.
Entre 2000 e 2005, Minas Gerais registrou uma evolução do plantel para 168 mil matrizes tecnificadas. Para José Arnaldo Penna, no entanto, essa diferença com relação ao número de 2006 não expressa integralmente o crescimento do rebanho, mas possivelmente uma correção de números provocada pelo aprimoramento da metodologia de apuração.
Jurandi Machado acredita que para 2007 a expectativa é de preços baixos e de situação difícil especialmente provocada pela diante da escassez do milho. Segundo o técnico da ABIPECS, as agroindústrias estão apostando na redução do plantel, mas ele entende que as coisas possam melhorar caso o mercdo internacional abra novamente a partir do segundo semestre.
ABCS: MERCADO INTERNO É A SAÍDA
O assessor técnico da ABCS na reunião, Fabiano Coser, apresentou os resultados da campanha Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína, a partir dos quais argumentou que “o crescimento do mercado doméstico é a grande alternativa de sustentabilidade para o suinocultor brasileiro”. “Não é a Rússia que vai resolver o problema do Brasil”, afirmou José Arnaldo, “temos que conquistar o mercado interno, o que é algo que está em nossas mãos”, concluiu.
Fabiano Coser lembra que o mercado internacional é importante, particularmente pela propriedade de exigir do mercado brasileiro altos níveis de desempenho e de qualidade. Na mesma reunião, os representantes dos produtores de Ponte Nova disseram que já estão se organizando para implantar a campanha Um Novo Olhar nos supermercados da rede Bahamas, a mais importante daquela região, em parceria com o frigorífico Saudalis.
Coser apresentou também o resultado do trabalho realizado no âmbito da comissão de estudos de suinocultura da Associação Brasileira de Normas Técnicas –ABNT. A primeira norma técnica produzida pelo grupo entra em consulta pública ainda no primeiro semestre, definindo a nomenclatura de suínos destinados ao abate. Ou seja, o que são e quais são exatamente as características de um “cevado”, uma “matriz”, um “leitão” e um “suíno jovem”.
Numa segunda etapa, o grupo vai tipificar as carcaças e os cortes de suínos.