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Indústria de máquinas agrícolas projeta recuperação

<p>No primeiro dia da Expodireto Cotrijal 2007, em Não-Me-Toque, o clima era de otimismo nos estandes das indústrias de máquinas e implementos agrícolas.</p>

Redação (13/03/07) – A recuperação nos preços dos grãos e as boas perspectivas para os resultados da safra 2006/2007 deram novo ânimo às empresas do setor, que já comemoram o fim do ciclo de quedas nas vendas iniciado em 2005.

O diretor de marketing da Massey Ferguson, Fábio Piltcher, lembra que a seca e os baixos produtos agrícolas tiraram do produtor a capacidade de investir. Agora, a expectativa é de um crescimento de 15% nas vendas em relação ao ano passado. Piltcher acredita que os produtos voltados para as culturas de soja, milho e cana-de-açúcar devem ser os destaques positivos ao longo de 2007.

"A gente está sentindo o cliente bem mais otimista este ano", afirma o gerente de marketing e vendas da Kuhn Metasa, Belarmino Pires. Para ele, este ano deve marcar o início da recuperação do setor de implementos, que encolheu cerca de 70% devido à crise dos produtores de grãos.

A Kuhn Metasa espera um incremento de 50% nas vendas na comparação com 2006. Mesmo que esse desempenho se confirme, o resultado ainda será inferior ao registrado em 2003. "É mais uma recuperação do que um crescimento", define Pires.

Para o gerente de assistência técnica da Semeato, Jalsomir Brunetto, a partir de agora, as indústrias vão tentar buscar o que deixaram de ganhar em 2005 e 2006. E as chuvas dos últimos meses reforçam a projeção otimista para a safra 2007, pois vêm garantindo as colheitas de soja no Sul e no Centro-Oeste. "Nosso resultado será pelo menos o dobro do ano passado", prevê Brunetto.

O gerente comercial da Vence Tudo, Ildemar Budke, afirma que as vendas no início deste ano estão superando as previsões. Na Expointer de 2006, era consenso entre as empresas do setor de que as vendas seriam revigoradas apenas a partir do segundo semestre deste ano. "Mas os primeiros sinais de melhoria vieram em outubro e novembro do ano passado, junto com o aumento dos preços dos produtos agrícolas", lembra Budke.

A empresa da Ibirubá calcula que este ano terá um crescimento entre 30% e 50% sobre 2006, boa parte impulsionado pelo bom momento da cultura de milho. A Vence Tudo é líder no mercado nacional de plataformas para a colheita do cereal. Além disso, Budke lembra que muitos produtores ampliaram a área plantada ou precisam substituir implementos que deveriam ter sido aposentados há dois anos.

Outro sinal da retomada do setor de máquinas são as contratações. Do início do ano até agora, a Kuhn Metasa já aumentou em 30% o quadro de funcionários de sua fábrica em Passo Fundo, que agora conta com 330 postos de trabalho. Em Ibirubá, a Vence Tudo também está admitindo trabalhadores. Já são 300 na unidade que chegou a ter 230 no auge de crise.

Se para as indústrias o momento é de otimismo, entre os produtores rurais a palavra de ordem é cautela. O produtor rural Valdemar Wiedthuper, de Não-Me-Toque, visitou ontem os estandes das empresas de máquinas na Expodireto, mas não pretende fechar negócio. O agricultor enfatiza que o resultado da atual safra será destinado ao pagamento das dívidas que se avolumaram com a crise. "O produtor ainda está com pé atrás", arremata o também agricultor Ivo Schacher, de Colorado, que foi apenas conhecer os implementos expostos na feira.