Redação (18/12/06) – A ABC Inco, empresa do setor de agronegócio do Grupo Algar, inaugurou sábado uma fábrica de esmagamento da oleaginosa na cidade de Porto Franco, a 720 quilômetros da capital. O empreendimento, o único do gênero no estado, está orçado em R$ 220 milhões, entre recursos fixo e capital de giro.
A operação da fábrica vai ser iniciada em março do próximo ano, quando começa a safra de soja no Sul do Maranhão. A previsão é esmagar, nesta primeira fase, 500 mil toneladas da commodity por ano. A fábrica vai produzir óleo e farelo, destinados ao mercado interno e à exportação. A produção vai ser escoada pelas ferrovias Norte-Sul e Carajás, até o porto do Itaqui, em São Luís.
Para a segunda fase, está prevista a ampliação de esmagamento para 600 mil toneladas, em 2009, data que pode ser antecipada, dependendo do desempenho, segundo o presidente da ABC Inco, Luiz Gonzaga Maciel. O investimento previsto na segunda etapa está estimado em mais R$ 30 milhões.
A esmagadora de Porto Franco vai gerar cerca de 1,5 mil empregos, entre diretos e indiretos. Os investimentos, dos quais metade financiados pelo Banco do Nordeste, incluem além da fábrica, a instalação de cinco armazéns espalhados pelo Sul do Maranhão.
Para Maciel, a instalação da esmagadora em Porto Franco vai abrir as portas para o crescimento do agronegócio na região. O executivo aposta na motivação de outras empresas dos setores de suinocultura, avicultura, fábricas de ração e de biocombustível em investirem na região. “Temos tido contato com empresas de outros estados que manifestaram interesse na região”, conta.
O próprio grupo Algar planeja ampliar os investimentos na região, conforme adianta Maciel. O grupo vai estudar a possibilidade de investimentos em áreas como as de biocombustível e refinaria de óleo.
Ao explicar as razões que levaram o grupo a investir no Maranhão, Maciel relaciona um conjunto de fatores, entre os quais, o fato do estado fazer parte de um pólo produtor de grãos, juntamente com o Piauí, o Tocantins e o Pará, formando o Corredor de Exportação Norte. Juntos, os quatro estados produzem 2,68 milhões de toneladas de soja – 4,8% da colheita nacional -, segundo a última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Outro fator relevante é a logística de escoamento da produção, que conta com duas ferrovias (Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás) e a estrutura portuária com o Itaqui, um porto de águas profundas, localizado próximo aos mercados europeu e norte-americano. O histórico da região também foi levando em conta. Apesar da soja ser cultivada há quase 20 anos no Sul do estado, a região não tinha nenhuma esmagadora da oleaginosa até então.
O Grupo Algar pretende ainda investir, em conjunto com outras empresas, em estrutura de armazenamento de grãos no Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), a ser implantado no Porto do Itaqui. O projeto aguarda a liberação da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) para concessão da área. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 70 milhões.
Os investimentos no Maranhão fazem parte do plano de expansão do Grupo Algar, que tem atuação em telecomunicações, agronegócio, turismo e serviços e infra-estrutura. Ano passado o grupo alcançou uma receita líquida de R$ 1,7 bilhão. Com sede em Minas Gerais, o Algar também está presente em São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro.