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Avicultor protesta contra frigoríficos

<p>Avicultores gaúchos bloquearam ontem(23), por 3h30, a rodovia RST-480, que faz a ligação do município de Nonoai com a divisa de Santa Catarina.</p>

Redação (24/11/06) – Os alvos foram agroindústrias catarinenses. O protesto reuniu cerca de 500 produtores que estão revoltados com a exclusão da atividade. Os criadores denunciam que frigoríficos catarinenses exigiram altos investimentos em melhorias dos criatórios e depois pararam de alojar aves sem dar uma explicação convincente para o fim das parcerias.

Caminhões, ônibus e carros de passeio ficaram parados nos dois sentidos da rodovia durante o fechamento da rodovia, meia hora na parte da manhã e três horas à tarde. Os agricultores entraram na pista, sentaram e colocaram blocos de concreto sobre o asfalto. O trânsito só foi liberado para as ambulâncias.

Os produtores estão descapitalizados e inadimplentes em bancos e no comércio local. O avicultor Ângelo Gabiatti, 50 anos, está com o aviário parado em Linha Canarinho, interior de Erval Grande. Ele precisou investir R$ 50 mil na construção do criatório de 50 metros de comprimento que aloja oito mil frangos que eram abatidos em Xaxim. Há cinco meses ele não aloja nenhum frango e agora não tem dinheiro para pagar os R$ 20 mil financiados no banco. “Se não abrir de novo, não sei o que vou fazer.”

O coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola, Sadi Marcolin, explicou que os frigoríficos catarinenses fecharam a divisa com o Rio Grande do Sul quando surgiu um foco da doença de Newcastle em Vila Real, no interior gaúcho. “Desde então, as empresas não voltaram a alojar aves no Rio Grande do Sul”, disse.

A Sadia informou que já começou a indenizar as famílias de avicultores que foram excluídas da atividade. A Seara prometeu retomar os alojamentos na semana que vem. A Diplomata preferiu não se manifestar sobre as reclamações dos criadores.