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Cama de frango vira fertilizante

<p>Proibido de vender o resíduo para ração, avicultor criou alternativa.</p>

Redação (22/11/06) – Após quase dois anos de proibição do uso da cama aviária na alimentação de ruminantes, sua venda como adubo orgânico foi a saída encontrada por avicultores para tornar segura e rentável a destinação dese resíduo da criação. Por causa da doneça da vaca louca, o MInistério da Agricultura proibiu o uso da cama aviária na alimentação de bovinos.

Os avicultores, que a vendiam como ração, viram-se obrigados a dar um outro destino ao material. “Após a proibição, o comércio de adubo substituiu esse lucro”, diz o vice-presidente técnico da União Brasileira de Avicultura, Ariel Mendes.

Hortaliças

Atualmente, segundo Mendes, em São Paulo, Minas e no Centro-Oeste, a oferta de adubo feito a partir da cama de frango está sendo toda absorvida por produtores de hortaliças, de milho, algodão e café.

“Conforme o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, porém, o comércio do composto só pode ser feito dentro de cada Estado”. A tonelada de adubo feito de cama vale, em São Paulo, entre R$ 60 e R$ 70.

Nos galpões avícolas, a cama tem o objetivo de evitar o contato direto da ave com o chão, além de favorecer a absorção da água e a incorporação de fezes, urina, penas, descamações da pele e restos de alimento. Ela também ajuda a reduzir as oscilações de temperatura no aviário.

A cama de frango é feita, normalmente, com maravalha ou casca de arroz e palhadas de milho e de trigo. ” O importante é que o produtor use um material de boa qualidade e sem produtos químicos”, explica o pesquisador Valdir Silveira de Ávila, da Embrapa Suínos e Aves.

Ele acrescenta, ainda, que, além da discussão quanto ao uso da cama como ração animal, a União Européia questionou a intensiva reutilização da cama nos galpões, o que aumentaria os riscos sanitários. “Países importadores de carne de frango queriam que se usasse apenas uma cama por lote”, diz.

Isso, segundo Ávila, tonaria a atividade inviável. “Nosso sistema de produção é diferente e já foi comprovado que a reutilização da mesma cama para vários lotes é segura”. A reutilização feita no País varia de quatro a oito lotes, mas a idéia é padronizar em seis lotes consecutivos, ou um ano de aviário, segundo Ávila.