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Sem a Rússia, SC aumenta exportação de suínos para outros mercados

<p>O embargo da Rússia às importações de carne suína de Santa Catarina abriu espaço para que o Estado aumentasse as vendas do produto para outros países.</p>

Redação (17/11/06) – As compras realizadas por essas nações ainda não compensam a perda do mercado russo, mas deixam vislumbrar um cenário melhor para o próximo ano.

No primeiro trimestre do ano, a Rússia proibiu as compras de carne suína de Santa Catarina e de vários outros Estados brasileiros depois que focos de febre aftosa foram identificados no Mato Grosso do Sul e Paraná. Desde então, o país retomou as importações do Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Mato Grosso.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto Cepa (Centro de Estudos de Safras e Mercados), da Secretaria de Agricultura catarinense, a participação das exportações de suínos do Estado para a Rússia caiu de 73,8% do total em 2005 para 25,9% até o final do terceiro trimestre deste ano. O país ainda tem participação nas exportações catarinenses deste ano porque suas compras foram realizadas no primeiro trimestre.

No mesmo período analisado, a Ucrânia aumentou sua participação de 5,6% em 2005 para 22,7% até o terceiro trimestre de 2006 e Hong Kong foi de 6,4% para 12%. A Argentina também passou a comprar mais carne do Estado e, até setembro, foi responsável pela compra de 8% dos suínos catarinenses.

A Moldávia passou de um comprador inexpressivo em 2005, com apenas 985 toneladas, para 10,2 mil toneladas no acumulado de 2006 até setembro, com sua participação passando de 0,3% para 7,6% no ranking dos compradores. Em que pese o bom desempenho desses “novos” mercados, as vendas de Santa Catarina em 2006 ainda vão ficar bem aquém das realizadas em 2005, quando atingiram 282,6 mil toneladas.

Até setembro, de acordo com o Icepa, foram embarcadas 134,9 mil t de suínos do Estado. O analista Julio Alberto Rodigheri, responsável pelo levantamento, observou que além da Rússia mais 21 países embargaram a carne de Santa Catarina. Ao longo do ano alguns mercados foram
recuperados e até setembro a lista tinha caído para sete nações.

Quantos aos preços, o valor da carne suína vendida no exterior diminuiu por conta do excesso de oferta provocado pelo embargo russo. O quilo caiu de US$ 1,79 para US$ 1,66. Para o analista a melhor estratégia no momento é ampliar a lista de países compradores e tentar obter um acordo com a Rússia. “Adaptar-se a exigências de mercados mais sofisticados na Europa e na Ásia é outra estratégia fundamental para que os fatos deste e de outros anos não se repitam”, observou. Confira na tabela abaixo o destino das exportações catarinenses de carne suína.

  Destino das exportações catarineses de suínos  
  Período         2005   1 tri/06   2 tri/06   3 tri/06 

  Países           em%    em%    em%    em% 
  Rússia           73,8      55,5   38,5     25,9 
  Ucrânia          5,7       9,0     13,6   22,7 
  Hong Kong      6,4      10,1    13,1   12,0 
  Argentina       2,1       6,3      8,0    8,0 
  Moldávia        0,3       2,0      4,9     7,6 
  Cingapura      2,6       4,9      6,3      7,1 
  Uruguai         0,5       2,4      3,1      3,2 
  Subtotal       91,4     90,2     87,5    86,5 
  Outros          8,6       9,8     12,5     13,5 
  Total          100,0    100,0   100,0   100,0