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Canadá pode ter mercado de carbono

<p>Em breve o governo do Canadá irá estabelecer um mercado de carbono, provavelmente sediado em Montreal, para ajudar a reduzir as suas emissões de gases do efeito estufa, disse a Ministra do Meio Ambiente, Rona Ambrose, em uma entrevista publicada na segunda-feira.</p>

Redação (09/11/06) – Ambrose, que deve viajar ao Quênia nesta semana para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, disse ao jornal francofone Le Devoir que ela não tentaria apressar as negociações sobre a segunda fase do Protocolo de Kyoto, como dizem os ambientalistas.

“Precisamos estabelecer regras para um mercado de carbono, e isto é o que faremos. Estamos indo nesta direção rapidamente,” Ambrose disse ao Le Devoir, ressaltando que não serão utilizados fundos governamentais para apoiá-lo.

“Deve ser um mercado desenvolvido para as companhias, pois o governo não tem intenção de comprar, nem vender créditos de emissões de gases do efeito estufa com dinheiro de impostos,” disse ela.

O novo mercado, que deve ser lançado no início de 2007, “tem grandes chances” de ter Montreal como sede, comentou Ambrose.

Sob o Protocolo de Kyoto, o Canadá concordou em reduzir as suas emissões de gases do efeito estufa em 6% abaixo do nível de 1990 até 2012, mas uma auditoria ambiental descobriu recentemente que, ao contrário, as emissões cresceram 26.6%.

Desde então, Ottawa tem se recusado a comprar emissões no mercado internacional de carbono. Ao invés disso, Ambrose introduziu, em outubro, um projeto de lei para reduzir as emissões do Canadá entre 45-65% até 2050, com base no nível de 2003.

O projeto também aplicaria metas baseadas na intensidade até 2020, permitindo que as emissões continuassem a aumentar até lá.

Ambientalistas reagiram acusando Ottawa de enrolar em relação às mudanças climáticas.

Oficiais disseram na semana passada que o Canadá procuraria fazer uma “revisão compreensiva” do Protocolo de Kyoto durante a reunião de Nairóbi.

Um oficial disse que o Canadá pretende focar a longo prazo. Ambrose disse que grandes poluidores, como Índia e China, devem aceitar metas de redução das emissões para a próxima fase do acordo.