Redação AI (22/09/06)- O juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 1 Vara Federal de Bauru, expediu liminar determinando ao Ministério da Agricultura a contratação de fiscais para a inspeção dos abatedouros de frangos e a mudança do sistema de teste para a apuração do volume de água na carne colocada à venda.
A Justiça determinou também que métodos de análises do professor Roberto de Oliveira Roça, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, sejam adotados pelos frigoríficos de frangos.
A medida, com prazo de 30 dias para execução, atende a pedido do procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, do Ministério Público Federal, que move ação onde propõe a responsabilização do Ministério da Agricultura pela existência de mercadorias irregulares nos pontos de venda.
Machado apura há dois anos o excesso de água nas carcaças de frango congelado. O nível máximo permitido é de 6%, mas foram encontrados frangos com mais de 20% de água, o que leva a suspeita de fraude.
Segundo as apurações, o Serviço de Inspeção Federal (SIF) não dispõe de pessoal suficiente para fiscalizar todos os frigoríficos e, por isso, recorre a mão-de-obra paga pelo próprio fiscalizado.
O driep test, que verifica apenas o frango congelado também é considerado ineficiente, e o Ministério Público propõe a adoção de um método desenvolvido pelo professor Roberto de Oliveira Roça, da Unesp de Botucatu, que também se estende à carne resfriada.
No mês passado, o Ministério da Agricultura divulgou uma relação de 103 frigoríficos de aves de todo o país, que receberam multas, de até R$ 25 mil, por excesso de hidratação na carne de franco. Os abatedores defendem-se, alegando dificuldade de controle e a adoção de novos critérios.