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NUPEA avalia estresse térmico durante o pré-abate de aves

<p>Projeto temático multidisciplinar avalia as condições de criação durante as operações pré-abate de frangos de corte.</p>

Redação AI (31/08/06)- O Brasil é hoje o maior exportador e segundo maior produtor de carne de frango do mundo, no entanto, a produção nacional ainda sofre com os problemas relacionados ao bem-estar das aves e as perdas geradas durante o pré-abate do animal. O Núcleo de Pesquisa em Ambiência (NUPEA) da Esalq/USP analisou os pontos críticos de estresse térmico e desconforto dos animais nestas operações. Os experimentos fizeram parte de um projeto temático multidisciplinar da USP intitulado como: Qualidade da Carne de Frango de Corte: fatores de genética, estresse pré-abate e nutrição.

Os pesquisadores do NUPEA foram responsáveis pelos estudos relacionados à ambiência onde simularam em câmara climática os efeitos do estresse térmico durante o pré-abate do animal. Durante a primeira fase do projeto as aves foram estressadas com o intuito de avaliar as linhagens mais resistentes ao calor e o tempo máximo suportado. Nessa segunda fase a linhagem selecionada (mais resistente) foi submetida às condições severas de temperatura e umidade relativa, consideradas como alto estresse.

Entre os resultados que encontramos podemos citar avaliações de perda de peso e temperatura retal das aves em função do estresse térmico a que foram submetidas e avaliações de parâmetros de qualidade da carne, como ph e cor, avalia Marco Aurélio Silva, doutor em Genética e Melhoramento de Aves e pesquisador associado do NUPEA. Estudos em condições controladas (câmara climática) simulam o ambiente que as aves são geralmente confinadas, para que se tenha uma idéia das condições de estresse térmico que estas são submetidas durante as operações pré-abate.

O estudo multidisciplinar foi iniciado na Esalq/USP em março de 2005 e tem previsão para terminar até o final de 2007. É financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa (Fapesp). Além do NUPEA, participam o Departamento de Ciência dos Alimentos, responsável pela parte de qualidade da carne; e o Departamento de Zootecnia, que avalia a nutrição e fisiologia das aves. A ambiência, genética e nutrição das aves estão ligadas ao seu potencial produtivo, que só pode ser expresso se não houver pressões do ambiente que afetem o comportamento e bem-estar das mesmas, ressalta o pesquisador Marco Aurélio.

O principal objetivo do projeto é que essas pesquisas tenham aplicabilidade na produção avícola, além de evidenciar os problemas logísticos e suas possíveis conseqüências no rendimento de abatedouros e na qualidade final da carne. Com o resultado dos experimentos realizados pela equipe do NUPEA, os outros departamentos serão capazes de avaliar os efeitos do estresse térmico na qualidade final da carne e seu impacto para a produção.

Operações pré-abate e perdas
O projeto tem uma importância prática na produção, uma vez que o número de perdas na produção avícola ainda representa um fator de grande relevância.

É uma tendência hoje que as pesquisas realizadas tenham seu foco voltado principalmente para a redução de perdas e não mais para o aumento do lucro. Antigamente as perdas eram ignoradas e focava-se somente o aumento da produção. Com isso as metas eram alcançadas, no entanto, as perdas eram altíssimas, ressalta José Antônio Delfino Barbosa Filho, Engenheiro Agrícola e doutorando em Física do Ambiente Agrícola, junto ao NUPEA.

Os resultados desse trabalho agrupados buscam suprir e resolver grande parte das dúvidas de produtores no que se refere à qualidade da carne de aves quando expostas a condições ambientais adversas em todos os processos envolvidos na produção.