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Região Nordeste deve dobrar fatia no mercado de soja transgênica

<p>Piauí e Maranhão aparecem como áreas propícias para impulsionar esse crescimento.</p><p></p>

Redação (15/08/06)-  Em cinco anos, quase toda a soja produzida no País virá de sementes geneticamente modificadas as conhecidas transgênicas mesmo prazo em que o Nordeste deve dobrar sua participação no mercado brasileiro da produção desse grão, passando para 10%. Piauí e Maranhão aparecem como áreas propícias para impulsionar esse crescimento.

A estimativa é do diretor-executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Roberto Peres. Em Fortaleza, ele participa amanhã, como palestrante, do XX Seminário Panamericano de Sementes, aberto na noite de ontem. Segundo ele, a logística, como portos e a ferrovia Transnordestina, são fatores decisivos.

Peres conta que 2006, primeira safra do Brasil com safra de soja transgênica somente esse grão foi autorizado pelo Conselho Nacional de Segurança para ser melhorado geneticamente , é sinal de que o uso da tecnologia para produzir alimentos de qualidade, com menores custos, é uma realidade com projeções otimistas para o País.

É o primeiro ano e, no segundo semente, vamos ver quanto do plantio vai ser transgênico, comentou o diretor. É uma tendência muito positiva, porque, com as sementes modificadas, produzimos uma soja com diminuição de aplicação de herbicidas, controlando a erva daninha, com qualidade e alta tolerância, disse.

Atualmente, lembra José Roberto Peres, a maior concentração da soja no Nordeste está no oeste da Bahia e no sul do Maranhão e Piauí. E são essas duas últimas regiões que devem acompanhar o desenvolvimento da cultura da soja modificada geneticamente.

Há essa forte tendência da produção crescer nesses estados, pois apresentam condições muito favoráveis, recebendo influência da Amazônia, e com risco climático bem abaixo de outras regiões do País, analisou. A tendência no Brasil todo é essa do transgênico e o Nordeste aparece com essas vantagens, completou.

Chega a arriscar que quase toda a produção nacional de soja será de sementes modificadas e que, se ainda tiver a convencional, será para uma demanda específica. Hoje, os Estados Unidos lideram a produção de sementes transgênicas no mundo, com cerca de 60%, seguidos da Argentina, com 20%, e Brasil, com 6%.

Outro fator importante em favor do Nordeste é a integração lavoura e pecuária, com o aproveitamento de áreas onde já existam passagem. Nessa parte do País, ressalta Peres, há espaços de pecuária extensiva e parte deles podem ser recuperados para o plantio de grãos, com incentivo da Embrapa.

MILHO

Os dois próximos produtos que podem ser liberados neste ano para terem suas sementes modificadas geneticamente são o milho e o algodão. Solicitação nesse sentido já se encontra no Conselho Nacional de Segurança, informa o diretor-executivo da Embrapa. Com utilização da tecnologia, os dois produtos terão reduzidas quantidades de inseticidas, já que estarão com maior tolerância à lagarta.

FUTURO

As sementes são uma aposta da Embrapa para melhores resultados na produção. Plantando o grão em vez da semente, afirma Peres, a perda da produtividade chega a 20%. Até o fim do ano, destacou, duas mil toneladas de sementes serão destinadas para a agricultura familiar do Nordeste, onde cerca de 95% dos produtores ainda plantam com o grão.