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Oito aves morrem de fome na Avestruz Master

<p>Oito aves morrem de fome.</p>

Redação AI (02/06/06)- Somente na última semana, oito avestruzes morreram de inanição no criatório do Ceará. Outras nove, de um total de 251 avestruzes, já haviam morrido em acidentes, presas nas cercas de proteção ou dentro dos próprios piquetes.

Mal tratadas, sobrevivendo em condições de abandono, sem assistência veterinária, sem ração e tomando apenas água, as aves do criatório da empresa goiana Avestruz Master, instalada há cerca de dois anos, no município de São Gonçalo do Amarante, começaram a morrer de fome. Somente na última semana, oito morreram de inanição.

Outras nove, de um total de 251 avestruzes, já haviam morrido em acidentes, presas nas cercas de proteção ou dentro dos próprios piquetes, nos últimos três meses. Até ontem, 234 aves ainda resistiam, mas já bastante debilitadas.

A denúncia do presidente da Associação dos Empresários Cearenses da Estruituocltura (Asce), Léo Muniz, foi confirmada ontem, por empregados da Fazenda Esperança, onde está instalado o criatório. Segundo o tratador, Francisco de Assis Moreira da Silva, a ração que já vinha sendo fornecida racionada às aves, há alguns meses, acabou esta semana, piorando a situação.

A ração acabou há cinco dias, denunciou o tratador. Conforme disse, o mato também já cobre grande parte dos piquetes, dificultando ainda mais o cuidado e o manejo das avestruzes. A gente está fazendo o que pode, mesmo sem receber nada há cinco meses, protesta Moreira da Silva.

Não há perspectiva de chegar ração nos próximos dias, confirmou o gerente geral da Avestruz Master em Fortaleza, Cláudio Studart. Há tempos não mantemos contatos com a sede da empresa, nem autorização para adquirir ração de fornecedores daqui, acrescentou, Studart.

Ele ressalta que é apenas um entre os 21 empregados da empresa no Ceará, que estão desde dezembro sem receber salários, cestas básicas, nem direitos trabalhistas. Também estamos aguardando por uma decisão judicial, disse Studart.

Conforme disse, a Avestruz Master foi transformada, no fim de abril passado, em uma empresa de Sociedade Anônima, tendo os antigos investidores como os novos acionistas , que inicia agora um novo processo de recuperação judicial.

FUNCIONÁRIOS

Dos 12 operários que cuidavam das aves, apenas cinco permanecem residindo na fazenda, fazendo bicos, cortando o mato e limpando cajueiros para sobreviver. Assim como as avestruzes ele se dizem largados, sem comunicação com a empresa, sem orientações, nem notícias da Ação Civil Coletiva, interposta pelo no fim de março último, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na 14 Vara Trabalhista da Capital.

Ajuizada pelo procurador do Trabalho, Cláudio Alcântara Meireles, contra a Avestruz Master Fortaleza Comércio e Representações Ltda., a Ação Civil Coletiva, ainda não foi julgada. Na petição, Meireles requer, em caráter liminar, que a Justiça determine à empresa o pagamento, aos trabalhadores, dos salários atrasados desde novembro passado, do 13 salário de 2005, além do recolhimento do FGTS do período e das verbas rescisórias, bem como as devidas anotações em carteira de trabalho e recolhimento do INSS.

Segundo o procurador, a liminar deverá ser apreciada no dia 12 próximo, pelo juiz titular da na 14 Vara Trabalhista. Na oportunidade, ele irá reiterar os pedidos feitos na petição inicial, onde já apontou inclusive os bens móveis um trator e dois veículos, as aves que poderiam ser vendidas para cobrir as dívidas trabalhistas.

DENÚNCIA

A situação dos operários da Fazenda Boa Esperança, vem sendo denunciada pelo Diário do Nordeste, desde janeiro último. Em matéria publicada no dia 19, o jornal já alertava para o descaso com que vem tratados os trabalhadores e as avestruzes.