Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Abipecs critica política sanitária brasileira

<p>As declarações foram feitas no Seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2006 e 2007.</p>

Redação SI (08/05/06)- O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína – Abipecs, Pedro de Camargo Neto, criticou o setor pecuário e o governo pelo surgimento de novos focos de febre aftosa no Brasil.

As declarações foram feitas durante a sua participação no Seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2006 e 2007, realizado em São Paulo.

O novo foco da febre aftosa no Mato Grosso do Sul se deve a uma sucessão de erros que vêm sendo permitidos sistematicamente pelos pecuaristas e pelo governo. Ou aprendemos com nossos erros e mudamos, ou continuaremos patinando e perdendo mercado mundial afirmou. Camargo afirma que o controle da febre aftosa é uma questão de fácil solução.

Bastaria vacinar 90% do rebanho por dois anos consecutivos; manter um cadastro dos animais e dos produtores; fazer um controle efetivo do trânsito de animais e multar quem não vacina o rebanho. Quando isso foi feito pelo Brasil, ficamos um bom tempo livre da doença.

O presidente da Abipecs ressaltou que o Brasil não consegue conquistar novos mercados, como o Japão, porque o produto brasileiro perdeu credibilidade por conta da falta de controle sanitário. O Brasil relaxou e o problema voltou. A responsabilidade é nossa e devemos assumi-la disse.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que as exportações brasileiras de carne suína começaram a se recuperar em abril, depois de três meses de queda consecutiva. Foi registrado um crescimento superior a 85% no setor em relação a março deste ano. A comparação com abril de 2005, no entanto, revela resultados ainda desanimadores para a balança comercial: 45,5% de queda na receita e 47,2% no volume. O embargo russo às carnes brasileiras continua sendo o fator principal dos problemas enfrentados pelo setor.

O veto da Rússia às carnes brasileiras está em vigor desde dezembro do ano passado devido ao surgimento de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Desde então, apenas a produção do Rio Grande do Sul foi liberada para comercialização. A Rússia é o principal destino das exportações da carne suína brasileira.

O Brasil registrou uma receita de US$ 1,6 bilhão com o embarque das três carnes para a Rússia no ano passado. A carne suína respondeu sozinha por US$ 1,1 bilhão deste total. O embargo continua vigorando para os demais Estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo.