Redação AI (12/04/06)- O excesso de oferta de frango nos primeiros meses do ano já levou a uma redução de cerca de 15% da produção estadual, informou, nesta 3 feira (11/4), a superintendente da Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Marília Marta Ferreira. A medida segue a recomendação da União Brasileira de Avicultura (UBA) de reduzir a produção em 25%, até atingir o ponto de equilíbrio. Além do abate de matrizes, os produtores diminuíram o alojamento de pintinhos de um dia de 28 milhões para 25 milhões por mês.
O aumento da oferta, explicou a superintendente, foi motivado pelos altos estoques de carne de frango no exterior desde o fim do ano passado. Na mesma época, o consumo externo começou a cair pelo temor de contaminação pela gripe do frango. Ela revelou que o preço da carne de frango já chegou a cair quase 50% no varejo, a R$ 0,99 o quilo, mas a estimativa é de que, com a redução da produção, os preços se recuperem a partir de maio.
Minas ocupa o quinto lugar na produção nacional, com abate de 65 mil frangos por mês, e é o segundo maior produtor de ovos do Brasil, com uma oferta de 6,6 milhões de caixas de 30 dúzias por ano, que representam 14% da produção brasileira. Hoje, a Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais promoveu o primeiro seminário para discutir os impactos da doença no agronegócio do Estado.
O diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues Neto, disse que o órgão já orientou os técnicos que acompanham o trânsito de animais e carga em 20 barreiras instaladas no Estado, além de 12 unidades móveis, sobre os riscos da doença. Além disso, o instituto já realizou 80% do mapeamento total das granjas no Estado por meio de equipamentos de georreferenciamento, o que representariam 2,880 mil granjas.
A grande preocupação no momento é o monitoramento das criações de aves para subsistência localizadas em pequenas propriedades que não possuem alojamento adequado para os frangos. Segundo a responsável pelo Programa de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura em Minas, Denise Viégas, o plano nacional já prevê o controle das criações de sítios localizados em um raio de até 10 quilômetros dos locais que recebem os maiores fluxos de aves migratórias.
“A avicultura comercial é bastante segura e com bom nível de biossegurança, mas não há como estimar o plantel destas aves domésticas”, disse. O plano nacional também determina o recadastramento de todas as granjas, a cada seis meses, e a realização de testes sorológicos anualmente.