Redação AI (05/04/06)- Os 1,57 milhões de euros (1,9 milhões de dólares) prometidos em Janeiro pelos doadores internacionais poderão ser insuficientes para combater a gripe aviária, disse hoje em Pequim o coordenador das Nações Unidas para a doença.
“Será necessário ir buscar todo o dinheiro prometido na conferência de doadores de Pequim em Janeiro, e possivelmente mais, para lidar com a propagação da gripe aviária, e em particular com os desafios encarados pelos países africanos,” disse David Nabarro, em conferência de imprensa.
Algumas das verbas prometidas na conferência de Pequim estão já a chegar ao terreno, disse Nabarro, durante a conferência de imprensa de balanço, no final de uma visita de dois dias à China.
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O responsável discutiu com as autoridades chinesas o papel que o país pode desempenhar nos esforços internacionais para controlar a propagação do H5N1, a cerpa mais perigosa do vírus que causa a gripe aviária.
“Muito desse dinheiro está ser gasto na Indonésia, Vietname, Cambodja, nos países da Europa central e oriental, na Turquia, na Nigéria e na Ásia central,”disse Nabarro.
O Banco Mundial – que em conjunto com a Comissão Europeia e com o governo chinês organizou a conferência de doadores que decorreu em Pequim em Janeiro – apontou que será necessário investir um mínimo de 1,15 milhões de euros (1,4 mil milhões de dólares) nos próximos três anos para lutar contra uma possível disseminação global do H5N1.
Navarro alertou ainda que a gripe aviária se tem vindo a propagar de forma muito rápida entre as aves de capoeira, tendo-se propagado mais rápido nos últimos três meses que nos três últimos anos, o que considerou ser “uma situação global realmente grave”.
“Nos últimos três meses, registámos uma propagação enorme e rápida do H5N1 em África, na Índia e inclusivamente na Europa Oriental,” disse o responsável.
Nabarro adiantou que “se registaram nos últimos meses infecções em 30 países, enquanto nos últimos dois anos a e meio só houve focos em 15 países”.
O coordenador das Nações Unidas para a Gripe das Aves sugeriu ainda que a China poderá ter um papel mais interventivo no combate global à doença, uma vez que o país tem uma grande capacidade de produção de vacinas animais contra o H5N1.
Nabarro manteve encontros com o vice-primeiro ministro chinês Hui Liangyu e com responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura.
De um total de 16 casos humanos registados na China, 11 pessoas morreram.
Em todo o mundo, a doença atingiu já 190 pessoas, dos quais 107 morreram, no Azerbeijão, Cambodja, China, Egipto, Indonésia, Iraque, Tailândia, Turquia e Vietname.
