Redação AI (27/03/06)- Os agricultores palestinianos cujas criações foram atingidas pelo vírus H5N1 recusam abater os seus frangos antes de obterem compensações financeiras, informou hoje o vice-ministro da Agricultura.
“Os criadores não nos deixam entrar nas suas explorações agrícolas. Não querem matar os seus frangos e exigem indemnizações”, referiu Azzam Tbeileh, que ameaçou os criadores de um recurso à força.
“Hoje vamos dar-lhes uma última oportunidade de abaterem a sua criação, de outra forma utilizaremos a força”, garantiu o ministro, acrescentando que as forças de segurança poderão ser chamadas a intervir para fazer cumprir a lei.
O vírus H5N1 da gripe das aves, altamente patogénico, foi descoberto em dois locais da Faixa de Gaza, um no Centro, o outro no sector de Rafah, no Sul, mas não foi detectado qualquer contágio em humanos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) manifestou sábado preocupação pelo fato de “o abate das aves de capoeira ainda não ter começado na Faixa de Gaza, três dias após o aparecimento do vírus, devido à falta de meios técnicos e de fundos financeiros para compensar os criadores”.
A agência da ONU pressionou a Autoridade Nacional Palestiniana para “tomar todas as medidas necessárias”, incluindo o abate de aves e um regime de quarentena, advertindo contra uma propagação rápida do vírus na Faixa de Gaza, que possui uma densidade populacional muito forte, com 1,3 milhões de habitantes vivendo na sua maioria na miséria.
Segundo Tbeileh, as autoridades israelitas concederam aos palestinos equipamentos de proteção e 3.000 doses do antiviral Tamiflu.
O Tamiflu não cura a gripe das aves, que já matou uma centena de pessoas no mundo desde finais de 2003, mas atenua sensivelmente os seus efeitos se for tomado muito rapidamente após a contaminação.
A OMS pediu à comunidade internacional e a Israel que ajudem rapidamente com meios financeiros a Autoridade Nacional Palestiniana para que esta possa comprar medicamentos antivirais e material especializado para fazer frente à calamidade.