As quedas recentes dos grãos negociados na bolsa de Chicago abriram espaço para um movimento de correção técnica no pregão desta quarta-feira. A soja liderou as altas. Após uma jornada de cinco sessões em queda, os contratos da oleaginosa com vencimento para maio, os mais negociados, fecharam em alta de 1,03%, a US$ 14,9425 por bushel.
Os preços subiram com investidores corrigindo posições, já que a tendência é de cotações cada vez mais baixas diante do avanço da colheita do Brasil e do ritmo menor dos embarques americanos.
Soma-se a isso a expectativa de uma safra brasileira recorde. Hoje, a StoneX revisou para 154,7 milhões de toneladas sua projeção para a colheita em 2022/23, acima das 154,2 milhões estimadas no mês passado.
Milho
O milho avançou na bolsa de Chicago em dia de correção técnica e perspectiva de aumento da demanda pelo grão dos EUA. Os contratos do cereal para maio, os mais líquidos, avançaram 0,87%, a US$ 6,3575 por bushel. A Dow Jones Newswires disse que os rumores de interesse chinês na compra de grandes volumes de milho dos EUA cresceram nesta semana, dando impulso aos grãos após as quedas recentes.
O cenário, no entanto, aponta para um recuo nas cotações, já que a demanda pelo cereal americano está aquém do ideal e as projeções para a safrinha no Brasil são cada vez mais favoráveis.
A StoneX divulgou nesta quarta-feira estimativa que indica que a segunda safra de milho no Brasil deve ser de 100,8 milhões de toneladas, 0,7% acima da projeção feita no mês passado. A estimativa de exportação do Brasil neste ano foi elevada em 1 milhão de toneladas pela consultoria, devendo atingir 47 milhões de toneladas.
Trigo
Os preços do trigo subiram nesta quarta-feira após a cotação bater o menor valor desde setembro de 2021 na véspera. Os contratos do cereal para maio, os mais líquidos, fecharam em alta de 0,64%, a US$ 7,10 por bushel.
De acordo com a consultoria Granar, além do movimento técnico, a desvalorização do dólar em relação ao euro também ofereceu suporte aos preços, já que melhora a competitividade das exportações americanas de trigo.
Na ponta da oferta, a projeção para a safra da Rússia, que vem pressionando o mercado nas últimas semanas, foi reduzida de 86 milhões de toneladas para 85,30 milhões de toneladas na temporada 2023/24. O número está bem abaixo das 104,40 milhões de toneladas estimadas pelo governo russo na atual temporada, disse a consultoria agrícola Sovecon.