De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em abril os preços dos ovos podem enfraquecer em relação ao mês anterior, o que poderia desestimular a produção se a margem de lucro do produtor piorar. Em março deste ano, o preço médio ao produtor da caixa com 30 dúzias de ovos brancos e vermelhos aumentou mais de 20% em relação ao mesmo período de 2022, atingindo R$ 176,11 e R$ 202,15, respectivamente, na cidade de Bastos (SP), devido à menor oferta e alta demanda típicas do período. Os elevados custos de produção, especialmente relacionados à alimentação, são um fator que pode desestimular os produtores a investir na produção de ovos no médio e longo prazo.
Os preços dos ovos apresentam seus maiores patamares de fevereiro a abril devido à alta demanda durante o período da Quaresma. Em dezembro e janeiro, os preços geralmente são os menores do ano, pois o consumo de ovos diminui em detrimento da busca por proteínas carneas em dezembro e o menor poder aquisitivo e o período de férias escolares desaquecem a demanda em janeiro. Nos demais meses do ano, os valores se mantêm praticamente sem grandes variações.
A sazonalidade de preços dos ovos está relacionada às características da produção, cuja oferta é inelástica. Isso significa que, em épocas de alta de preço, o setor produtivo não consegue intensificar a produção de ovos, e vice-versa. Cada galinha poedeira produz em média um ovo por dia, e é necessário ter uma quantidade pré-definida de galinhas para ter um determinado volume de ovos. Não é possível acelerar o ciclo biológico do animal para atender à demanda de um período específico, e o armazenamento de ovos in natura é limitado a um curto intervalo de tempo. A legislação brasileira determina o máximo de 30 dias, o que impossibilita a geração de estoques do produto.