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Setor quer nova regra de rotulagem

<p>Indústrias gaúchas de suínos, aves e leite enviarão à Casa Civil pedido de alteração no decreto 4.680, que regula produtos transgênicos</p><p></p>

Da Redação 26/04/2005 – As indústrias gaúchas de suínos, aves e leite encaminham nos próximos dias, à Casa Civil da Presidência da República, um pedido para que seja alterado o decreto 4.680, que regulamenta a rotulagem de transgênicos no país. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, uma instrução normativa posterior ao decreto não menciona a obrigatoriedade de rotular a carne de animais alimentados com rações feitas a partir de produtos geneticamente modificados, conforme está previsto no artigo 3 do decreto.

Vogt teme que a obrigatoriedade na rotulagem cause discriminação do mercado. ”Nenhum país do mundo faz essa exigência. Porque o Brasil tem de fazer?” A decisão foi tomada num encontro ontem, na Fiergs, em Porto Alegre. Pela legislação, toda vez que a concentração de transgenia for superior a 1% deve ser informada ao consumidor.

O diretor técnico da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no RS, José Severo, apóia o pleito. “Do ponto de vista técnico não há nada que impeça a suspensão da exigência devido à diluição que ocorre durante os processos pelos quais passa o grão até chegar ao consumidor.”

A reivindicação surge às vésperas do começo da importação de milho transgênico da Argentina para alimentação animal devido à seca. Mas o setor não irá esperar um parecer para iniciar os embarques, que devem chegar a 500 mil toneladas no Rio Grande do Sul. O pedido das primeiras 50 mil t será encaminhado na semana que vem. Na reunião, o coordenador de Biossegurança do Mapa, Marcos Coelho, prometeu que a regulamentação para desembarque, transporte e processamento, em elaboração desde o início de abril, sai até o fim deste mês.

No encontro, as entidades confirmaram que o déficit do cereal para alimentação animal ficará entre 2 milhões de toneladas e 2,5 milhões toneladas no Estado. Segundo o diretor-executivo do Sindicato da Indústria da Produção Suína (Sips), Rogério Kerber, estão sendo avaliadas também as possibilidades de abastecimento de milho através de leilões direcionados ao setor agroindustrial e ainda com a produção da safrinha colhida pelo Centro-Oeste.