Redação SI 11/04/2005 – O comboio vai transportar mais de 3 mil animais em três viagens. São suínos com peso entre 20 e 100 quilos. Para fazer o transporte há planejamento especial: são usados caminhões novos com estrutura metálica, nas carrocerias bicos borrifam água para diminuírem em até cinco graus a temperatura interna. Os porcos serão alimentados apenas com água misturada a suplementos.
“É uma solução com vitaminas e tudo que precisa para rehidratar o animal e evitar o estresse”, explica Gilson Crumenauer, técnico agrícola.
Na hora do carregamento os suínos são separados por peso. Os menores vão na parte de baixo, onde a temperatura oscila menos e a lotação não pode ser tão densa. O percurso é longo, cerca de 2,5 mil quilômetros até o Rio Grande do Sul. O trajeto será sem parada. O início da viagem que é o momento mais crítico é feito sempre à noite.
“Na verdade, a gente tem que ter todos os cuidados e até mais cuidados do que uma carga de simples abate”, comenta Luciano Oliveira Ferreira, gerente da empresa.
O diretor da empresa que vendeu os animais diz que agora o estado está fazendo o caminho inverso ao exportar matrizes para o Rio Grande do Sul: “A suinocultura quando começou aqui no Mato Grosso, no médio norte, as empresas foram buscar a genética no Rio Grande do Sul”, diz Pedro Roberto Tissiani, gerente da granja.
No Rio Grande do Sul, a repórter Anelise Nicolodi acompanhou o transporte dos porcos até a cooperativa.
Ainda era madrugada quando os animais chegaram à Unidade de Produção de Leitões em Quinze de novembro, RS. Foram 48 horas de viagem de Nova Mutum, no Mato Grosso, ao noroeste gaúcho.
Este é o primeiro lote dos mais de 3,3 mil animais que vão compor a Unidade de Produção de Leitões da cooperativa de Ibirubá. O investimento de mais de 10 milhões de reais vai beneficiar 80 produtores de cinco municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul.
As matrizes vão inseminadas e vão produzir 80 mil leitões por ano. Depois os animais vão ser distribuídos aos produtores que têm uma parceria com a cooperativa.
Rudmar já trabalha com isso há dois anos. Ele tem na propriedade quase 1,5 mil animais que estão em período de engorda. Segundo o agricultor, a suinocultura é uma garantia de lucro: “Se não fosse a suinocultura hoje a gente não tira de onde tirar o nosso sustento.”
Os outros dois lotes de suínos devem chegar à cooperativa gaúcha dentro de 20 dias.