A BRF, empresa do setor de carnes, direcionou no último ano R$ 231,8 milhões para iniciativas socioambientais relacionadas a questões como mudanças climáticas, água, resíduos, bem-estar animal e projetos sociais nas comunidades onde atua. Esse investimento representa um aumento de 17,5% em relação aos R$ 197,3 milhões aplicados em 2021. As informações foram divulgadas no Relatório Integrado de 2022 da companhia.
Dentro desse montante investido, R$ 41 milhões foram destinados a ações de bem-estar animal, sendo R$ 33 milhões direcionados a incentivos para granjas integradas e R$ 8 milhões para as próprias unidades da empresa. Um destaque é o fim da prática de castração cirúrgica nos suínos criados pela BRF.
A empresa também obteve 100% de rastreabilidade em relação aos fornecedores diretos de grãos provenientes da Amazônia e do Cerrado. No que diz respeito aos fornecedores indiretos desses biomas, a rastreabilidade atingiu 45% no ano passado e, no primeiro trimestre de 2023, chegou a 75%.
Desde 2019, a BRF vem publicando relatórios integrados, que apresentam informações financeiras e de sustentabilidade, seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) e da IFRS Foundation, além dos indicadores do Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e da Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).
Miguel Gularte, CEO Global da BRF, destacou que o processo de transformação iniciado em 2022 foi fundamental para fortalecer as bases de evolução da empresa. Ele enfatizou o compromisso contínuo de maximizar resultados de forma consistente ao longo do tempo.
Alessandro Bonorino, vice-presidente de Gente, Sustentabilidade e Digital da BRF, explicou que a empresa considera não apenas os riscos e impactos não financeiros para seus stakeholders, mas também a perspectiva financeira. Bonorino ressaltou que a sustentabilidade está cada vez mais incorporada às decisões e estratégias da companhia, expandindo a agenda ESG (meio ambiente, social e governança) para EESG, onde o primeiro “E” refere-se a aspectos econômicos.
No âmbito do plano Net Zero 2040, a BRF conseguiu reduzir em 26% suas emissões absolutas de gases de efeito estufa nos escopos 1 (emissões diretas) e 2 (consumo de energia elétrica) em comparação com o ano-base de 2019.
Em relação às emissões de gases de efeito estufa do escopo 3, relacionadas aos fornecedores, a empresa informou que avançou no mapeamento dessas emissões, em linha com seu compromisso de atingir a neutralidade de carbono até 2040. Segundo o relatório, houve um aumento de 5% nas fontes mapeadas até o momento em comparação com 2020 (ano-base), devido à retomada das viagens corporativas e ao aumento significativo do tratamento externo de resíduos por meio da compostagem.
O compromisso da BRF em relação ao Net Zero prevê uma redução de 35% das emissões diretas (Escopo 1) e do consumo de energia elétrica (Escopo 2) até 2030, bem como uma redução de 12,3% das emissões indiretas (Escopo 3) provenientes da cadeia de fornecedores da empresa. Até 2040, o objetivo é neutralizar as emissões residuais.
Em 2022, a empresa registrou um prejuízo operacional contínuo de R$ 3,142 bilhões, em comparação com o lucro de R$ 437 milhões em 2021. A receita líquida atingiu R$ 53,805 bilhões no ano passado, representando um aumento de 11,3% em relação a 2021.