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Milho no mundo

Exportações mundiais de milho devem recuar e estoques desta safra são os menores desde 1998.

Da Redação 17/01/2003 – As exportações mundiais de milho devem recuar mais 1,3% nesta safra 2002/03, segundo informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Esta será a terceira safra consecutiva de queda na comercialização internacional do milho. Em 2000/01 o fluxo de exportações recuou quase 10% em todo o mundo e chegou a decrescer mais 4% em 2001/2002. Nestas últimas 03 safras, as vendas internacionais de milho recuaram de 85,8 para estimados 73,4 milhões ton nesta safra 2002/03. Quase a metade desta queda foi relativa ao decréscimo nas vendas dos Estados Unidos e da Argentina no período, dois dos três maiores exportadores mundiais. Mas o recuo na produção mundial em torno de 3% e o ligeiro aumento na respectiva demanda em 2% durante as últimas 03 safras mundiais foram suficientes para que os estoques mundiais de milho não subissem neste período.

Ao contrário, atualmente os estoques mundiais de milho estão projetados em 104,8 milhões ton nesta safra, o mais baixo nível desde a safra 1997/98. A queda na produção americana de milho nos últimos anos foi indispensável para que os níveis de oferta e demanda mundial permanecessem favoráveis aos preços internacionais. A área colhida de milho nos EUA no final do ano passado fechou em cerca de 33,5 milhões de ha, 0,7% a mais do que na última safra 2001/02. Mas as condições climáticas desfavoráveis causaram uma queda média de 6% na produtividade das lavouras, refletindo em uma redução na produção americana de 241,5 (2001/02) para 228,8 milhões ton nesta safra 2002/03.

Na Argentina, o plantio deste ano está estimado em 2,960 milhões ha, cerca de 3,4% inferior à safra passada. Potencialmente, os argentinos poderão produzir 13,5 milhões ton de milho neste ano, quase 1,0 milhão ton a menos do que em 2002. Com isso, as exportações do país vizinho se reduzirão pela 3 vez consecutiva, estimadas neste ano em 8,6 milhões ton, também quase 1,0 milhão ton a menos do que na safra 2001/02.

A Argentina, que foi a maior exportadora de milho para o Brasil até 2001, perdeu quase todo o mercado nacional para o Paraguai desde então. Quase 57% do milho importado pelo Brasil em 2001 foi oriundo da Argentina. Mas neste ano, das 296 mil ton importadas pelo Brasil, apenas 26 mil ton saíram da Argentina, sendo que 270 mil ton foram exportadas pelo Paraguai. As compras brasileiras do Paraguai neste ano foram destinadas basicamente aos Estados de Santa Catarina (58%) e Paraná (41%).

Com a continuidade da queda das exportações pela Argentina e EUA, o Paraguai deverá ser praticamente o único exportador de milho ao Brasil neste ano de 2003. Mesmo assim, há grandes chances de que o fluxo de importações no Brasil continue recuando neste ano, em razão de um possível mas ainda indefinido aumento da oferta interna.

Preços – O custo de importação de milho no Brasil deverá ficar entre R$ 26,0 a 27,0/sc CIF São Paulo, ainda mais de 10% superior aos preços no mercado físico. A continuidade da recuperação dos preços internacionais implicará não somente em uma maior competitividade do produto nacional – o que assegura sua remuneração -, mas também possibilidades da manutenção das exportações brasileiras de milho. As estimativas de alto custo de importação de milho em 2003 tecnicamente permitirão uma margem maior para o crescimento da produção do grão no Brasil durante a safrinha.

Levando em consideração as cotações na BM&F, a projeção de preços da SoloBrazil para o período de safra, compreendido entre março a maio de 2003, está em R$ 15,65/sc neste informativo semanal, valor este, que é resultado da média projetada para São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Entre março/maio de 2003, os produtores do PR poderão estar recebendo em média pelo milho R$ 15,94/sc, SP (R$ 16,91/sc), GO (R$ 15,98/sc) e MT (R$ 13,77/sc).