Redação AI 30/01/2003 – O programa Fome Zero, a ser oficialmente iniciado pelo governo federal, no próximo mês, deverá beneficiar diretamente os produtores de frango de todo o país e, particularmente, os paranaenses, em função das vantagens comparativas do Estado.
A estimativa é do presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, que calcula um incremento de pelo menos 12% no abate de frango paranaense, este ano, ” graças à entrada do produto em mercados novos, após investimentos realizados pelo setor”.
Martins, proprietário da empresa Frango A Gosto, com sede na cidade de Arapongas (Norte do Estado), com capacidade de abate de 36 mil aves/dia, se prepara para o que considera uma explosão no consumo nos próximos meses:
– O consumo médio nacional é de 35 quilos per capita, que considero razoável. Se levarmos em conta que o programa Fome Zero deverá beneficiar cerca de 30 milhões de brasileiros e se cada família comprar pelo menos dois quilos anuais, já teremos uma forte demanda nacional, capaz de elevar o consumo médio a atingir 42 quilos por ano, média do Sul do país. A carne é mais barata que a de boi e o tempo de abate é menor, pondera.
Segundo o presidente do Sindiavipar, o Paraná vai confirmar este ano a liderança como o maior produtor de aves do país, porque a produção de milho e soja dispensa gastos com transportes até os criadores de frango e os portos estão preparados para escoar a produção. “Nosso custo de frete é menor que em outros estados e a expansão do setor não terá qualquer dificuldade”, afirma.
Ano passado o Estado abateu 739, 6 milhões de frangos, o que significou um incremento de 9,36% sobre 2001 e representa 20,4% da produção nacional. Santa Catarina aumentou o abate em 6,64% e o Rio Grande do Sul em 7,74%, contra a média nacional de 4,9%.
As exportações paranaenses de frango in natura aumentaram em 20,08% ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) foram comercializadas 385.799 toneladas do produto, com geração de US$ 331,3 milhões para a União Européia, Ásia, Oriente Médio e América Latina. Em dólar, entretanto, o crescimento foi de 3,12% em relação aos US$ 321,26 milhões obtidos em 2001. A receita, segundo Martins, não acompanhou o volume exportado porque a cotação internacional não acompanhou a variação cambial, o que permitiu um aumento de competitividade externa do frango brasileiro.
As vendas brasileiras em 2002 atingiram a 1,6 milhão de toneladas, com 28% de crescimento sobre o ano anterior (1,2 milhão/t) e receita de US$ 1,33 milhão ( 3,4% a mais que em 2001).