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Alojamento tem primeira queda em 30 meses

Pela primeira vez desde agosto de 2000, o alojamento mensal de pintos de corte recuou no país na comparação com o mesmo período de um ano anterior.

Redação AI 15/04/2003 – Pela primeira vez desde agosto de 2000, o alojamento mensal de pintos de corte recuou no país na comparação com o mesmo período de um ano anterior. No mês passado, o alojamento nacional foi de 305 milhões de cabeças, contra 317,4 milhões em março de 2002, conforme levantamento preliminar feito pela Apinco (Associação Brasileira dos Produtores de Pinto de Corte). As aves alojadas em março são os frangos abatidos entre abril e maio.

A redução – vista como positiva pelo setor, já que existe uma grande oferta no mercado – pode ser explicada principalmente pelo aumento nos custos de produção, segundo José Carlos Godoy, secretário-executivo da Apinco. Os custos maiores, principalmente por causa da alta do preço do milho, deixaram várias empresas em difícil situação financeira, lembrou ele. Por isso tiveram de frear a produção.

Godoy observou que os preços do grão continuam muito acima dos registrados em igual período de 2002 apesar do avanço da colheita desta safra. Em Campinas, a saca é cotada a R$ 23,50, contra R$ 13,29 em abril de 2002, disse.

Segundo o consultor José Carlos Teixeira, em março as empresas gastaram, em média, R$ 1,92 para produzir um quilo de frango abatido. No mesmo mês de 2002, o custo era de R$ 1,46. Enquanto isso, o preço no atacado saiu de R$ 1,32 o quilo em março de 2002 para R$ 1,85 no mês passado. “O preço do frango não se recuperou totalmente porque é difícil repassar”, afirmou Godoy.

A Globoaves, maior produtora independente de pintos de corte do país, e que fornece pintinhos para alojamento, já sente os efeitos da freada. A companhia registra queda mensal de 15% nas vendas para empresas de pequeno e médio porte e para avicultores independentes, informou o diretor da empresa, Roberto Kaefer.

A Apinco também indica fatores pontuais para a queda na produção em março: a expectativa de baixa nas exportações por causa da imposição de cotas de importação pela Rússia e a previsão de demanda interna menor em abril e maio por causa dos três feriados consecutivos.

O alojamento de aves começou a crescer de forma expressiva em meados de 2000, sustentado pelo aumento das exportações brasileiras de carne de frango. O principal motor desse avanço nas vendas foi a crise de sanidade na Europa. Em 2002, a produção de pintos de corte cresceu quase 10%, para 3,819 bilhões de aves.