Redação AI 17/07/2002 – O preço do quilo do frango vivo em São Paulo e no Paraná continua abaixo dos custos de produção, tendência observada desde março deste ano, de acordo com levantamento da Jox Assessoria Agropecuária. “A maior oferta de frango no mercado interno, em razão do ritmo lento das exportações da ave e também do baixo consumo, tem feito os criadores de aves a operar no vermelho”, afirma Oto Xavier, diretor da consultoria.
Os custos de produção praticados em São Paulo, quarto maior estado produtor de frango, considerado mercado independente, estão entre R$ 1 e R$ 1,05, os mesmos do Paraná, maior estado produtor. O quilo do frango vivo no Paraná está cotado a R$ 0,92, de acordo com dados da FNP Consultoria & Comércio, 8% inferior aos custos. Em relação aos últimos doze meses, houve um recuo de 2%. Em São Paulo, o quilo do frango vivo sai a R$ 1, com variação negativa de 2% sobre julho de 2001. “A elevação dos preços do milho (um dos principais insumos para a ração animal) aumentou, o que ajudou a elevar os custos de produção”, diz Deives Faria da Silva, analista do setor avícola da FNP.
Insumos caros
Segundo o relatório elaborado por Silva, a relação de troca entre frango e milho registrou em junho o pior índice dos últimos dois anos. No Paraná, são necessários 15,29 quilos de frango vivo para adquirir uma saca de milho de 60 quilos. Ou seja, o preço do quilo do frango vivo corresponde a 6,54% da cotação da saca.
Silva informa ainda que o alojamento de aves de corte subiu 10,2% nos últimos dozes meses, o que pressionou a oferta interna.
Como os preços não reagem no mercado interno, o setor – liderado pelos criadores paranaenses – sugeriu a redução do alojamento de pintos em cada estado. A proposta, feita em maio, quando o alojamento no País estava em 326,6 milhões de pintos, era de que o Paraná reduzisse o volume entre 8% e 10%, seguido pelos outros estados.
A Associação Brasileira dos Produtores de Pinto de Corte (Apinco) ainda não fechou o levantamento do mês de junho. Mas, na prática, segundo os analistas, os reflexos da redução deverão ser sentidos a partir de agosto.
Segundo Silva, o consumo de frango é tradicionalmente fraco a partir da segunda quinzena de cada mês. A previsão é de que volte a subir no segundo semestre.