Redação AI 18/12/2002 – A quebra na safra de milho provocada por fatores climáticos e a preferência dos produtores pelo plantio da soja, que é cotada em dólar, elevaram em 150% o custo da produção de frango em Goiás. O produto acumulou um aumento de 35% este ano. Em janeiro, o frango era vendido no atacado a R$ 1,35 o quilo, chegando a R$ 2,10 em novembro.
Benedito Felismino de Souza, diretor da Bolsa de Frango da Associação Goiana dos Avicultores (AGA), afirmou que o principal responsável pela alta do preço do frango foi a ração e responsabiliza os produtores de milho de fazerem especulação com a diminuição da oferta da matéria-prima para ganhar preço.
A saca de 60 quilos era vendida em janeiro a R$ 12,00. O produto chegou a custar R$ 30,00 em novembro, mas voltou a cair no final do mês e agora está cotado a R$ 28,00 a saca.
O governo federal propôs a importação do milho argentino para frear os especuladores. Benedito de Souza disse que a expectativa do mercado é de que o preço do milho se estabilize com a importação, mas avalia que a saída encontrada pelo governo para a substituição do produto nacional irá prejudicar os avicultores do Centro-Oeste com o encarecimento do frete provocado pela distância da região em relação aos portos.
Luiz Eduardo Pitaluga, presidente da Associação Goiana dos Supermercados (Agos), disse que os donos de supermercados de Goiânia estão preferindo ter prejuízo a aumentar ainda mais os preços das aves. Ele falou ainda que os custos para manter as gôndolas das lojas funcionando está inviabilizando os lucros. “Estamos mantendo a oferta de frango apenas para não perder os consumidores”.