O esperado aumento do consumo de carne suína nas festas de fim de ano não reverteu o cenário desfavorável aos suinocultores de Mato Grosso.
De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat), a situação agravou-se na última semana, e o prejuízo já chega a R$ 180 por animal vendido. Leia também: Ministério vê alta mais tímida do valor da produção Segundo a entidade, o custo de produção no Estado está, em média, em R$ 6 por quilo.
O preço pago ao suinocultor, por sua vez, está em torno de R$ 4,20 por quilo para fora de Mato Grosso e R$ 4,50 por quilo no mercado interno.
O tradicional aumento da demanda pela proteína nas festas de fim de ano, que acaba elevando o preço pago aos produtores, foi prejudicado pela grande oferta de carne suína no mercado, diz a Acrismat.
“Por uma questão de especulação, o próprio suinocultor acabou ofertando muitos animais para abate, o que derrubou o preço pago e acabou piorando o cenário neste início do ano. Nas últimas cotações, com a venda de um animal de 100 quilos, o prejuízo fica em torno de R$ 150 até R$ 180 por animal”, estima o presidente da associação, Itamar Canossa.
Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. A preocupação já chegou às lideranças nacionais do setor. No fim do mês, a Acrismat e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) vão se reunir em Brasília com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em busca de alternativas para melhorar o quadro da atividade.
“Na região Sul, há relatores de produtores que, preocupados com a piora dos preços, venderam sua produção aos frigoríficos por até R$ 4 por quilo. Isso é totalmente descabido e sem lógica. Lá, o prejuízo é ainda maior, visto que o custo de produção é ainda mais alto”, explicou Canossa.