Setembro terminou com céu nublado e chuva fraca, provocada por uma nova frente fria que passou pelo Sudeste. A precipitação ficou abaixo do registrado nas semanas anteriores, com volume acumulado entre 10 e 20 milímetros na maioria das localidades, com exceção de Iguape e Votuporanga, onde choveu mais de 60 milímetros.
Após a passagem da frente, o sol apareceu, elevando a temperatura máxima para 33 graus em Ribeirão Preto, Ilha Solteira e Votuporanga, e a 35 graus em Barretos. O calor, por sua vez, elevou a taxa de evapotranspiração para a 3,3 milímetros por dia, acelerando o processo de secagem do solo e melhorando as condições para os trabalhos de campo nas lavouras.
Nos canaviais a redução do armazenamento hídrico permitiu o corte mecanizado e o transporte dos colmos em melhores condições. Desde junho, o corte, o transporte e a qualidade da cana vêm sendo prejudicados pela chuva, refletindo-se na elevação expressiva nos preços do etanol na bomba, como resultado da redução no volume de cana processado nas usinas e do aumento no custo de produção.
Colheita- Os produtores de mandioca de Mogi-Mirim, Engenheiro Coelho e Presidente Prudente também esperam o tempo estável para acelerar a colheita, recuperando os atrasos causados pela chuva.
No sul do Estado, onde estão Itapeva e Itapetininga, os triticultores vêm sentindo o efeito da chuva excessiva do inverno, com perda na qualidade do trigo e dificuldade para comercializar o produto com preços que cubram, ao menos, os custos de produção.
No oeste paulista produtores de acerola anteciparam a colheita e a negociação dos contratos de venda por causa da maturação adiantada da fruta, consequência da alta disponibilidade de água no solo durante o inverno.
O inverno úmido também deve favorecer a ferrugem asiática da soja – em anos normais, a seca reduz o inóculo da doença. Este ano a umidade permitiu que uma maior quantidade de fungo sobrevivesse, antecipando o surgimento dos primeiros focos da doença. São Paulo ainda não teve registro da ferrugem, mas no Paraná e em Mato Grosso do Sul já há focos.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br