Depois de quatro dias de viagem a três países do Sul da África com um grupo de 98 empresários, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, afirmou hoje (13/11) que o objetivo de ampliar o mercado exportador foi atingido e que outras visitas estratégicas serão realizadas. Segundo Jorge, o Brasil tem a “vocação natural” dos imigrantes árabes que é a de negociar.
“O bom negociante sabe que para negociar tem de ser olho no olho. O vendedor tem de ir atrás do cliente e oferecer produtos de qualidade. É isso que estamos fazendo”, afirmou à Agência Brasil o ministro. “Meu avô e meu pai eram mascates, eles vendiam para várias fazendas no interior de Minas Gerais e só mantinham os clientes porque os produtos tinham qualidade.”
O ministro e os empresários visitam Angola, Moçambique e África do Sul. Em cada país passaram pouco mais de um dia, reuniram-se com autoridades e empresários locais. Nas capitais foram montadas espécies de feiras nos hotéis com direito a balcão de negócios. Na relação de empresários, há pequenos, médios e grandes representantes dos mais diversos setores.
A missão empresarial foi composta por integrantes dos setores de alimentos e bebidas, agronegócios, construção, indústrias automotiva, de energia, de máquinas e de equipamentos, além do comércio varejista, dos cosméticos, de materiais elétricos e eletroeletrônicos, defesa e infraestrutura e têxtil.
Jorge prepara a próxima missão, prevista para março, com destino ao Oriente Médio. Os empresários serão levados ao Irã, à Arábia Saudita e ao Líbano. Em maio, vão ser feitas viagens ao Sudão, à Tanzânia e ao Kênia, na África.
Com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro disse que as missões empresariais atuam com eficiência na divulgação e ampliação do mercado exportador brasileiro. “Quando o empresário chega ao exterior com o amparo do governo federal e acompanhado por outros empresários isso dá uma segurança imensa ao cliente estrangeiro”, disse Jorge.
Aos que criticam a escolha de países pouco desenvolvidos, como Angola, Nigéria e Kênia, o ministro reage. Segundo Miguel Jorge, nesses locais é que os empresários têm oportunidades de se lançar em negócios pioneiros e empreendedores. “Não se pode pensar em negócios ou comércio a curto prazo. Tudo é a médio e longo prazo. É assim que funciona.”
Jorge, representantes de outros setores do governo, e os 98 empresários viajam no Boeing 737 da Força Aérea Brasileira (FAB), apelidado por Sucatão. A viagem foi paga pelo governo federal, assim como o translado nas cidades. Mas as estadas nos hotéis ficaram por conta dos empresários. No total foi gasto cerca de R$ 1 milhão.